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Ex-mulher mandou matar diretor da Friboi

Apesar da pensão de R$ 40 mil, não tolerou ser trocada por uma jovem

Por Josmar Jozino
Atualização:

Mesmo recebendo pensão mensal de R$ 40 mil, Giselma Carmem Campos Carneiro Magalhães, de 44 anos, odiava o ex-marido Humberto Campos de Magalhães, de 43, e contratou o irmão e mais dois pistoleiros para matá-lo. O diretor executivo do frigorífico JBS Friboi foi executado a tiros na noite de 4 de dezembro de 2008, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. O ciúme motivou o crime. A ex-mulher não se conformava de ter sido trocada por uma jovem de 27 anos. Os quatro envolvidos no assassinato estão presos. A trama para matar Humberto Magalhães começou quando Giselma viajou para o Maranhão. Em São Luís, ela encontrou-se com seu irmão, Kairon Wolffer Alves, 52 anos. Ele havia saído da prisão em junho de 2008, após ter cumprido condenação de 18 anos por tráfico. Giselma ofereceu a ele R$ 30 mil para assassinar o diretor executivo. Alves viajou para São Paulo. Na região da Cracolândia, procurou um amigo identificado como Raimundo, também conhecido como Pica-Pau. O amigo não aceitou participar do assassinato, mas indicou Osmar Gonzaga Lima, de 49 anos, um ladrão de bancos, e Paulo dos Santos, de 40, processado por furto, roubo, estelionato e homicídio. Santos era foragido da Justiça. Em abril de 2008, ele foi beneficiado pela Justiça com a saída temporária da prisão, para passar o feriado da Páscoa em casa. Mas não retornou à Penitenciária de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, de regime semiaberto. O telefone celular do filho de Magalhães ajudou o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) a esclarecer o crime e prender a quadrilha. Giselma sabia que o ex-marido iria jantar na noite de 4 de dezembro do ano passado com o filho. Ela pegou o aparelho e entregou para o irmão. Alves telefonou do celular para o diretor e disse para ele voltar logo para casa porque o filho não se sentia bem. Preocupado, Magalhães saiu às pressas do serviço e seguiu para a Rua Alfenas, na Vila Leopoldina. Assim que chegou ao endereço, Magalhães foi abordado por Santos. O criminoso estava numa motocicleta e exigiu a chave do carro da vítima para simular um assalto. Em seguida, o pistoleiro sacou o revólver 38 e atirou três vezes no diretor executivo. O erro de Alves foi ter retornado para São Luís com o telefone celular do sobrinho. O aparelho foi rastreado e o traficante acabou preso por policiais do Maranhão no dia 8. O delegado apurou que o revólver 38 era de Lima. A moto usada por Santos no crime foi emprestada por um homem identificado como Alex. Alves e Lima receberam, cada um, R$ 6 mil de Giselma. Santos ficou com R$ 4 mil. A mandante do assassinato ficou devendo R$ 14 mil ao irmão. Giselma alega inocência. A polícia vai pedir a prisão preventiva dos quatro.

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