BELO HORIZONTE - A Polícia Civil de Minas Gerais anunciou nesta quarta-feira, 7, que vestígios de sangue localizados na caminhonete Range Rover do goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, são mesmo de Eliza Samudio.
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Os exames realizados pelo Instituto de Criminalística (IC) comprovaram a ocorrência de sangue em cinco locais no interior do veículo. Três vestígios foram identificados no exame de DNA como compatíveis com o da jovem de 25 anos, desaparecida há cerca de um mês. As amostras das manchas de sangue foram confrontadas com o material cedido por Luiz Carlos Samudio, pai de Eliza, e o colhido do bebê da jovem.
Conforme o diretor do IC, Sérgio Ribeiro, e a chefe do Laboratório do DNA, Fabíola Soares Pereira, o exame em uma amostra revelou um resultado indefinido. Outra mancha apresentou um perfil de DNA masculino, o que para os investigadores poderá ajudar na identificação do suposto agressor de Eliza. "Temos a materialidade indireta e caso não se ache o corpo já é possível fazer o delito indireto do crime de homicídio que está beirando a 100%. Somos levados a concluir por tudo o que já foi investigado que a Eliza está morta", disse o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação (DI).
Equipes da polícia e do Corpo de Bombeiros realizavam até o início desta noite uma casa no Bairro Santa Clara, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, pelo suposto corpo de Eliza.
Bruno entre os agressores
Segundo o delegado, a jovem teria sido assassinada no sítio de Bruno, localizado no condomínio Turmalina, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, entre os dias 07 e 09 de junho. Para o delegado, já é possível concluir que o goleiro do Flamengo estaria entre os supostos agressores.
Em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o menor J. disse que viajava escondido na Range Rover quando Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, levava Eliza para Minas e teria agredido a jovem com uma coronhada. Os vestígios foram localizados na frente e abaixo da poltrona direita da caminhonete, na lateral direita do piso, no banco traseiro e na porta traseira direita.
De acordo com Moreira, será coletado material genético de todos os suspeitos, inclusive de Bruno, considerado o suspeito número 1 do crime. "Qual o motivador maior do crime? Não é a briga pela paternidade? Esse é o motivo do crime. Lógico que nós vamos recolher".
Para o delegado, J. teve participação no crime, mas a narrativa dele no depoimento prestado nesta terça-feira, 6, revela uma tentativa de acobertar o envolvimento de Bruno. A Polícia Civil garante que o menor esteve no sítio do jogador no período investigado, entre 5 e 10 de junho. "Daquela maneira que foi narrada, a mecânica, a dinâmica não bate com as investigações", disse. "Ele foi pego na casa do Bruno, no Rio de Janeiro, é filho do Bruno, esteve aqui com o Bruno, você quer mais o quê?"