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Executivo da Friboi é morto em São Paulo

Testemunha diz que empresário foi até sua casa atrás de criança

Por Daniela do Canto e Marcela Spinosa
Atualização:

O diretor-executivo do frigorífico JBS-Friboi, Humberto Campos de Magalhães, de 43 anos, foi morto a tiros na noite de anteontem, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, em condições que ainda precisam ser esclarecidas. O corpo dele foi encontrado por policiais num ponto de táxi na frente do prédio onde morava, na Rua Carlos Weber, a 500 metros do local onde foi baleado. Por enquanto, a polícia só sabe que Magalhães parou seu Mercedes Benz C320, por volta das 20h30, na frente de uma casa da Rua Alfenas, onde mora um aposentado de 64 anos. Em seu depoimento à polícia, a única testemunha relatou que o executivo demonstrava estar nervoso e agitado. "Perguntou se tinha uma criança chorando em casa. Disse que tinha recebido uma ligação e disseram que o filho dele estava aqui." O aposentado, que disse não conhecer o executivo, respondeu que não havia ninguém na casa, além dele. Magalhães, então, entrou no carro e dirigiu só por alguns metros, estacionando na frente do número 61. Nesse ponto, o morador relatou que viu quando um motoqueiro parou ao lado do veículo. O homem e o executivo conversaram por alguns minutos e o aposentado decidiu voltar para dentro de casa. Foi quando ouviu tiros. Observou novamente a rua e só viu o motorista andando. A polícia e os bombeiros foram chamados. Mesmo ferido, Magalhães andou por três minutos até chegar ao ponto de táxi. Ele foi levado pela polícia para o Hospital Universitário, onde morreu. O empresário foi baleado no abdome e na perna esquerda, de raspão. Segundo a polícia, no interior do veículo foi encontrada uma mala preta com um envelope branco, onde havia documentos de trabalho. Não havia nenhum indício de que algo havia sido roubado. A versão da testemunha sobre o motivo da visita também causou estranheza aos amigos da vítima. O executivo só tem dois filhos, de 17 e 20 anos. Ontem, investigadores do 91º Distrito Policial, onde o caso foi registrado, vasculharam a região em busca de câmeras de segurança que possam ter flagrado a ação. O delegado Manoel Adamuz Neto pedirá a quebra do sigilo telefônico da casa e do celular do executivo. Magalhães morava havia cinco meses com a atual mulher no Condomínio Spazio Vernice. Ela não foi encontrada porque viajou na terça-feira para Campo Grande, Mato Grosso do Sul. No prédio, só o porteiro, Vando Melo, de 40 anos, falou sobre o executivo. Segundo ele, o casal era reservado. "Os dois moravam sozinhos. Ele era uma pessoa meio fechada." Segundo a polícia, o executivo tem um processo de separação litigiosa contra a primeira mulher. Magalhães trabalhou por cerca de 20 anos no JBS. O executivo nasceu em Bom Jardim de Goiás, em Goiás - onde ocorrerá hoje o enterro.

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