PUBLICIDADE

Executivo foi enterrado vivo, diz laudo

Por Agencia Estado
Atualização:

O laudo do Instituto Médico Legal de Ribeirão Preto apontou que o analista financeiro do grupo Paribas-BNP (Banco Nacional de Paris), Carlos Alberto de Souza Araújo, de 41 anos, foi enterrado vivo. O atestado de óbito aponta ainda como causas da morte asfixia mecânica, lesão adicional difusa e traumatismo craniano. "Foi cruel", disse o irmão da vítima, João Souza Araújo Neto, revoltado. "Ele (Araújo) foi enterrado com vida, o IML diz que havia terra no pulmão, por isso tive que lacrar o caixão". O corpo de Araújo foi encontrado em uma fazenda de Serrana nesta segunda-feira após o usineiro Alexandre Titoto confessar que matou o amigo de infância. Segundo o irmão, Araújo e Titoto tinham uma transação pessoal, a venda de um carro importado, pago em dólar. "Foi coisa de amigo", disse ele, explicando que Araújo comprou o carro e o transferiu em nome de Titoto, sem o receber o dinheiro, o que ocorreria nesta semana. A quitação seria com base na cotação do dólar do dia. No escritório do usineiro foram encontrados um cheque de R$ 405 mil, rasgado, e outro de R$ 620 mil, ainda no talonário. O depoimento de Titoto (preso no anexo do 1o DP), que ocorreria na manhã desta terça-feira, não foi realizado. O advogado de defesa do usineiro, Heráclito Mossin, entendeu que ele só deve fazê-lo em juízo. "Ele tem o direito ao silêncio." Para o delegado Samuel Zanferdini, do Setor de Homicídios da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), isso não será problema, pois o interessante será ouvi-lo quando tiver todas as informações possíveis (inclusive os laudos) para concluir o inquérito. "O mais importante era achar o corpo e o carro", justificou Zanferdini. Araújo foi sepultado no final da tarde desta terça-feira no Cemitério Bom Pastor, em Ribeirão Preto, onde nasceu e namorava uma estudante de psicologia.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.