PUBLICIDADE

Exército dá prazo para investigação

CTT tem registro de funcionamento de todas as armas, o que em tese dificultaria sua utilização nas ruas

Por Eduardo Reina e Rodrigo Brancatelli
Atualização:

A direção do Centro de Treinamento Tático (CTT), que pertence à empresa de segurança Grupo Patrimonial (GP), tem 15 dias a contar de ontem para responder aos questionamentos do Exército sobre o roubo de 22 fuzis e 89 pistolas na noite de quinta-feira. Caso seja constatada alguma falta grave na segurança, está prevista uma punição que vai desde uma multa até a suspensão temporária do funcionamento ou mesmo a cassação do registro no Exército. As armas roubadas são de uso controlado e precisam de um certificado de registro dado pela 2ª Região Militar do Exército. De acordo com o coronel Cesar Augusto Moura, chefe do setor de Comunicação Social do Comando Militar do Sudeste, o próprio CTT é o responsável pela segurança do local invadido na quinta-feira. "Foi aberto um procedimento administrativo para apurar o roubo. Terão de responder em 15 dias o contexto desse roubo", disse o militar. O CTT tem registro de funcionamento de todas as armas, o que, em tese, dificultaria sua circulação pela cidade, segundo o coronel Moura - o local de treinamento é utilizado tanto por particulares quanto pelas Polícias Civil e Militar de São Paulo. "Eles podem operar como empresa de instrução de tiros", disse o coronel. "O Exército realiza inspeções semanais no local. E sempre apresentaram as mínimas condições de segurança. No local há cofre, trancas, alarme e tinham de fazer a segurança móvel com viaturas. Queremos saber como isso estava sendo feito e como os ladrões conseguiram entrar lá e levar o armamento." Ao todo, foram levadas 111 armas, sendo 12 fuzis - dos calibres 7.62 e dez calibre 5.56 -, além de 89 pistolas de calibre .40 e 380. O Exército não confirma o roubo de munição. A direção do Grupo Patrimonial (GP) informou, por meio de sua Assessoria de Imprensa, que não comentará as declarações do secretário estadual de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, em relação à falta de segurança do local. Também não comentou sobre o procedimento administrativo aberto pelo Exército e nem recebeu notificação a respeito. Não falou sobre a punição que poderá sofrer. "O CTT está empenhado em auxiliar as autoridades em suas investigações e fará o que estiver ao seu alcance para recuperar os armamentos e identificar os bandidos", diz nota. O centro de treinamento, segundo sua assessoria, ocupa uma área de 30 mil metros quadrados dentro da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), "que é a responsável pela segurança da propriedade - cerca de 2 milhões de metros quadrados", e que "o prédio onde as armas estão estocadas tem todas as certificações exigidas pelo Ministério da Defesa - Exército - e demais autoridades". Na versão da empresa para o roubo, "um funcionário administrativo foi rendido por bandidos ao final do expediente e levado de volta ao prédio". "A segurança local, ao notar uma movimentação fora do normal, contatou o funcionário, que sob a mira de armas, deu a contrassenha necessária. Mas alertou os bandidos que os agentes de segurança e a polícia, apesar da contrassenha, estariam no prédio em 15 minutos. Por essa razão, os ladrões tiveram pouco tempo para agir e deixaram para trás boa parte dos armamentos estocados."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.