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Exército deixa favelas do Rio sem recuperar armas roubadas

Volta dos militares aos morros depende da expedição de novos mandados pela Justiça. Centro de Comunicação Social do Exército afirma que Operação Asfixia não terminou e que a retirada é apenas uma mudança de estratégia

Por Agencia Estado
Atualização:

Dez dias após o início da Operação Asfixia, para recuperar dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel, o Exército não ocupa mais nenhuma favela do Rio de Janeiro, confirmou nesta manhã o relações-públicas do Comando Militar do Leste (CML), coronel Fernando Lemos. As armas ainda não foram encontradas. Durante a semana passada, o CML garantiu que só suspenderia as ocupações quando encontrasse o armamento. Lemos explicou que a volta dos militares aos morros depende da expedição de novos mandados pela Justiça e de novas informações que indiquem a localização das armas roubadas. Os 800 soldados que vieram de Minas Gerais para Petrópolis, na região serrana, a fim de auxiliar em caso de necessidade, continuam de prontidão. Nesta tarde, o general Hélio Macedo, chefe do Estado Maior do CML, falará sobre a segunda fase da operação, em entrevista coletiva. Neste domingo, 12, os militares já haviam saído de pelo menos cinco das favelas ocupadas - Providência, Mangueira, Metral, Complexo do Alemão e Estação de Manguinhos. Nova estratégia Na noite de ontem, o Centro de Comunicação Social do Exército (Cecomsex) informou, em Brasília, que a Operação Asfixia não havia terminado e que a retirada é apenas uma mudança de estratégia. Durante a operação, 1.500 soldados ocuparam 12 favelas. Eles saíram da maioria delas, como Jacarezinho, Vila dos Pinheiros e Parque Alegria, na semana passada. O CML admitiu no sábado que mudaria a estratégia da operação, privilegiando buscas pontuais feitas com base em informações passadas ao Disque-Denúncia. Mas garantiu que manteria presença maciça no Morro da Providência - principal foco de resistência do tráfico à presença das tropas. A Operação Asfixia foi desencadeada depois que sete homens invadiram o Estabelecimento Central de Transportes do Exército, em São Cristóvão, zona norte, no dia 3. Eles agrediram soldados e roubaram dez fuzis e uma pistola.

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