Exército faz varredura e retira celulares de presídio em Manaus
Foi a primeira operação militar numa unidade prisional do Estado desde as mortes de 65 detentos após rebeliões
Por José Maria Tomazela
Atualização:
SOROCABA - Uma varredura feita por militares do Exército, em conjunto com efetivo da Força Nacional, recolheu celulares, facas e barras de ferro transformadas em lanças, nesta terça-feira, 31, na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus (AM). É a primeira operação militar numa unidade prisional do Estado desde as mortes de 65 detentos após rebeliões em presídios da capital amazonense.
A cadeia foi reativada para receber presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), após rebelião que deixou 57 mortos nessa unidade. A chacina desencadeou uma crise prisional no País.
Relembre massacres em presídios pelo País
1 / 13Relembre massacres em presídios pelo País
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo
31 presosforam mortosna madrugada do dia 6 de janeiro naPenitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima. O massacre ocorreu cinco dias após a morte... Foto: REUTERS/JPavaniMais
Compaj
Compaj, Manaus-AM, 2 de janeiro de 2017.Um sangrento confronto de facções no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, deixou56 mortos ... Foto: Edmar Barros/Futura PressMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 2 de outubro de 1992.Na véspera das eleições municipais, 111 presos foram mortos durante a invasão da Tropa de Choque da Polí... Foto: Hélvio Romero/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 2 de outubro de 1992.Multidão de parentes e curiosos lota a entrada da Casa de Detenção de São Paulo, em Santana, na zona nor... Foto: Heitor Hui/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 5 de outubro de 1992.Presos penduram faixa demonstrando luto no Complexo Penitenciário do Carandiru, três dias após o massacr... Foto: Itamar Miranda/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP.Vista aérea de detentos na Penitenciária do Estado no Complexo do Carandiru durante a ocorrência uma série de rebeliões em div... Foto: Monica Zarattini/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 2 de outubro de 1992.O massacre no Carandiru registrouo maior número de mortos em presídios brasileiros na história. Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
Pedrinhas
Pedrinhas, São Luís-MA, novembro de 2010.O Complexo Penitenciário no Maranhão teve uma rebelião que resultou em 18 presos mortos por rivais. O local t... Foto: Márcio Fernandes/EstadãoMais
Pedrinhas
Pedrinhas, São Luís-MA, novembro de 2010.Detento durante banho de sol no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Foto: Márcio Fernandes
Urso Branco
Urso Branco,Porto Velho-RO, 3 de janeiro de 2002.Vinte e setedetentos foram mortos por outros presos quando a Polícia Militar entrou na Casa de Detenç... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Urso Branco
Urso Branco,Porto Velho-RO, 3 de janeiro de 2002.Rebelados no telhado do PresídioUrsoBranco, em Porto Velho, no Estado de Rondônia, exibem faixas, enq... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Casa de Custódia Benfica
Benfica, Rio de Janeiro/RJ, 2 de junho de 2004.Uma batalha que durou mais de 60 horas entre duas facções criminosas terminou com 31 presos e um agente... Foto: Marcos de Paula/EstadãoMais
Benfica
Benfica, Rio de Janeiro/RJ, 2 de junho de 2004.Fuga e rebelião na Casa de Custódia de Benfica, antigo Ponto Zero, na zona da Leopoldina, zona norte do... Foto: Marcos D'PaulaMais
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De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, forças das polícias militar e civil apoiaram a operação, totalizando 750 homens na ação. O comandante militar da Amazônia, general Antônio Miotto, acompanhou pessoalmente a varredura. À tarde, ao lado do ministro da Defesa, Raul Jungmann, ele disse que o objetivo era reduzir o potencial de conflitos na unidade. "Temos certeza de que vamos entregar a cadeia pública limpa.
Segundo ele, não houve contato direto dos militares com os detentos, que foram isolados pela PM no campo de futebol do presídio. "Nosso pessoal está preparado para esse trabalho, que é altamente técnico", disse. A unidade tem três pavilhões e todas as celas foram revistadas. Jungmann disse que a definição do Vidal Pessoa como alvo da operação foi feita pelo Governo do Estado.
As ruas em volta do cadeião foram interditadas num perímetros de 500 metros. Familiares dos detentos acompanharam de longe a movimentação das tropas.