PUBLICIDADE

Exército pode deixar as ruas do Rio sem as armas roubadas

Por Agencia Estado
Atualização:

O Exército já admite que as tropas podem voltar ao quartel e deixar as ruas do Rio antes da localização das armas levadas por bandidos no último dia 3, o que cessaria a ação "abafa" contra o tráfico para forçar os criminosos a entregar o armamento roubado. "Nós temos nosso serviço de inteligência. Pode ter chegado a um ponto deles terem até fundido os nossos fuzis para eles não serem achados", afirmou o chefe de relações públicas do Comando Militar do Leste, coronel Fernando Lemos. Ao contrário do que se pensava, o número de bandidos que participou do assalto ao quartel do Exército em São Cristóvão, na zona norte do Rio, pode ser bem maior. Ao todo, seriam 20 homens, sendo que a maior parte não entrou no quartel. Empresas de segurança que possuem câmeras instaladas na região teriam filmado a ação dos bandidos. As imagens serão examinadas pela perícia. Outro fato que pode ajudar a polícia e localizar os responsáveis pelo roubo de 10 fuzis e uma pistola é a existência de gravações feitas através de escutas telefônicas no complexo de presídios de Bangu, na zona oeste da cidade. Um plano de invasão a essa mesma base do Exército estava sendo tramado em 2005 entre criminosos, mas tudo não saiu do papel. Soldados do Exército voltaram a tocar tiros com bandidos do Morro da Providência no fim da tarde de quinta-feira. Segundo policiais militares do 5º Batalhão, que auxiliavam os soldados na região, o tiroteio começou às 18h30. Novos disparos foram feitos no local. Segundo moradores, o tiroteio durou mais de 30 minutos. Já o relações públicas do CML, coronel Fernando Lemos, afirmou que foram apenas três disparos. Em patrulhamento, minutos antes, a PM havia apreendido uma escopeta e um revolver calibre 38 em um morro vizinho à Providência. Ninguém foi preso. Um grupo de moradores do Morro da Providência fez um protesto em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste. Os moradores acusam os soldados de chutarem as portas das casas sem critério algum e até de revistarem mochilas de crianças que têm de descer o morro todos os dias para ir à escola. Desde que soldados do Exército ocuparam várias favelas do Rio de Janeiro atrás de armamentos roubados na última sexta-feira do quartel localizado em São Cristóvão, o índice de criminalidade caiu nos bairros que ficam perto dos morros cercados pelos militares. Segundo dados das polícias Civil e Militar, na zona norte e subúrbio da cidade, caiu pela metade o número de roubos e furtos de carros. No subúrbio o número de assaltos a ônibus teve redução de 40%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.