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Expectativa pelo mundo

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Por Redação
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Um dos principais jornais americanos e um dos mais influentes do mundo, o The New York Times diz que Dilma, a "ex-guerrilheira marxista", poderá, com o resultado das eleições de hoje, assumir o comando "da oitava economia do mundo". O jornal americano chama Dilma de "a protegida de Lula" e aposta que ela deve tornar-se "a primeira mulher a presidir o Brasil". Para o jornal nova-iorquino, Dilma "surfa na popularidade de Lula" e a eleição de hoje "transformou-se num referendo sobre os oito anos" de presidência petista - um "período de prosperidade disseminada, que cimentou o caminho do País como um ator global emergente". Mas o jornal alerta que a política externa brasileira, sem o carisma de Lula, pode ser um ponto fraco. O jornal francês apresentou ontem em seu site uma galeria de fotos do último dia da campanha presidencial brasileira. Na semana passada, o Le Monde publicou dois artigos com rasgados elogios aos 8 anos de governo petista. Nos textos, Lula é chamado de "presidente inoxidável", dono de uma "popularidade excepcional". De acordo com o jornal, "faltam superlativos para descrever a relação de fusão entre os brasileiros e seu presidente". Já Dilma mereceu apenas um dos nove parágrafos do artigo de Alain Frachon, sob o título: "Brasil: os anos Lula, uma história muito bonita".O jornal francês prepara ainda um caderno especial, que contará a história de Dilma como militante e prisioneira do regime militar (1964-1985). A eleição de hoje abre o site da Economist, uma das mais prestigiosas revistas de economia e política do mundo. O texto afirma que Lula deu "continuidade e estabilidade" ao Brasil; agora, "precisa dar independência a sua sucessora", Dilma Rousseff. "É uma pena que ela seja tão dependente do amparo de Lula, com o Brasil precisando de um líder forte e independente" nos próximos anos. A revista reconhece que o País "está vivendo um círculo econômico virtuoso", mas diz que o sucessor ou sucessora de Lula terá ainda grandes desafios, entre eles a corrupção e a tentação de ceder ao autoritarismo. O texto apresenta Serra como um "político competente e experiente" e Marina como dona de "políticas boas", mas num "um partido pequeno".Na sua edição de ontem, o jornal londrino Financial Times disse que a escolha de São Bernardo do Campo - berço político de Lula - como local de encerramento da campanha de Dilma, mostra o quanto a candidata petista é ao mesmo tempo dependente e ofuscada pela herança lulista. Ainda antes da reta final eleitoral, o jornal publicou artigo cheio de superlativos sobre o legado de Lula e chegou a retratá-lo como um Cristo Redentor, de braços abertos sobre o Brasil, numa de suas charges. A candidata petista é identificada como "uma administradora forte e capaz", que sobreviveu "às torturas do regime militar". O jornal apresenta ainda Serra como um "político experiente, mas dono de uma campanha política que não empolga"A reportagem mais positiva sobre Dilma talvez seja a do jornal britânico Independent, para o qual a candidata petista deve converter-se, com o resultado das eleições de hoje, na "mulher mais poderosa do mundo". A matéria é ilustrada por uma foto de Dilma em seus anos de militância contra o governo militar e compara a candidata petista a líderes internacionais como a premiê alemã, Angela Merkel, e à secretária de Estado americano, Hillary Clinton. O jornal londrino lembra ainda que outro ex-guerrilheiro também chegou à presidência recentemente na América do Sul - José Mujica, no Uruguai. O texto termina prevendo uma vitória que seria "a celebração da decência política e do feminismo" na região.Nova classe média emergente decide futuro político do Brasil" é o destaque do espanhol El País. "Os 30 milhões de brasileiros que, nos últimos dez anos, saíram da pobreza extrema decidirão quem sucede o presidente mais popular da história brasileira", diz o texto. "A única dúvida que ainda persiste é se Dilma será eleita ou não no primeiro turno." Ela é retratada como "administradora séria, mas à sombra de Lula" e mulher que tem tentado "adoçar sua imagem severa". Na véspera, a análise "Pavor às críticas" tratou das rusgas entre presidentes latinos e a mídia. Lula é questionado por ter dito que derrotaria revistas e jornais nas urnas. O texto cita Hugo Chávez e o casal Kirchner. "Sem vozes livres, não há democracia que valha", conclui.

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