Explosão em SP: vítimas iam soltar balão esta noite

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Por Agencia Estado
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Uma explosão matou oito homens ontem, às 18h30, na casa de número 363 da Rua Marcelino de Camargo, na Vila Carolina, zona norte de São Paulo. Segundo os bombeiros e vizinhos, os mortos faziam parte de uma grupo de baloeiros, que preparavam o lançamento de uma balão para a madrugada de hoje. Com eles estavam outras três pessoas: o morador da casa, identificado como Paulinho, a namorada dele e um homem não identidicado. O coronel Olavo Santana Filho, coordernador da Defesa Civil do Estado, disse que para matar oito pessoas a quantidade de fogos que os baloeiros manuseavam era grande e o balão seria "gigantesco". O corpo de bombeiros informou que uma das possíveis causas do acidente pode ter sido um cigarro. Os corpos tinham queimaduras leves. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil acham que as mortes ocorreram por asfixia. Santana Filho disse que, se for comprovada a participação de Paulinho no grupo, ele será responsabilizado pelo acidente, porque fazer balão e manusear fogos são atividades ilegais. O Corpo de Bombeiros informou que a explosão ocorreu no interior de um cômodo da casa, onde havia fogos de artifício. A explosão destruiu as paredes do cômodo. Os baloeiros correram para se abrigar em um quarto dos fundos, sem janela, onde só há um banheiro com um pequeno vitrô. Sete corpos foram encontrados no cômodo, e um no banheiro. Os três sobreviventes escaparam porque correram para fora da casa. De acordo cxom a Defesa Civil, os mortos são Fábio Jesus Silva, de 19 anos; Douglas dos Santos, 23; Jorge Domingues Oliveira, 22; Luciano Samuel de Oliveira Bagatti, 18; Fábio Correia de Souza, 21; Renato Luís; José Luís de Souva, 20; Marcelo Neves. A explosão foi seguida de incêndio. Os vizinhos ficaram assustados e tentaram apagar as chamas com baldes e mangueiras, até a chegada dos bombeiros. Andreia Telles da Fonseca, de 29 anos, que mora em frente ao local da explosão, assistia à telenovela "A Padroeira" quando ouviu a explosão. Segundo ela, ocorreram várias explosões, em sequência. Ela foi uma das primeiras pessoas a sair à rua e pedir socorro. "Foi uma agonia, um desespero, ninguém conseguia ajudar, o fogo estava muito alto." O casal Mauro Vilasboas, de 46 anos, e Rosimeire Gonálves, de 35 anos, vizinhos da casa onde houve a explosão, chegavam à moradia no momento em que havia fogo. "Ficamos vendo o que podíamos fazer, não havia condições de fazer nada", disse Vilasboas. Eles entraram na casa onde moram para pegar quatro cachorrinhos, que estavam assustados, e correram para a rua. Nivaldo Laia de Oliveira, de 30 anos, irmão de Jorge Domingues Oliveira, um dos mortos, ficou por algum tempo olhando os oito corpos estendidos na calçada. "Não estou com cabeça para falar", ele disse. Um homem, identificado como o pai de um dos mortos, estava desolado. Ele passava a mão no rosto do filho, e mantinha a cabeça baixa.

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