"Externei em debate indignação do povo brasileiro", diz Alckmin

O tucano disse ainda que, mesmo após duas horas de debate, o presidente não respondeu qual a origem do dinheiro que seria usado na compra do dossiê

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Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, justificou o tom que adotou domingo no debate na TV Bandeirantes com o adversário do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, sob o argumento de que externou a indignação do povo brasileiro. "Acho que externei o sentimento de indignação do povo brasileiro. Isso estava parado na garganta de todo o mundo. Fui um instrumento do povo", reiterou o tucano, em entrevista coletiva, concedida nesta segunda-feira na sede de seu escritório de campanha em São Paulo. Ainda nas críticas ao petista, Alckmin afirmou que o adversário mente, ao dizer que seu programa inclui a privatização de algumas estatais. "Tem essa mentirada do Lula pelas costas, de dizer que eu vou privatizar a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, a Petrobras, os Correios e que vou acabar com o Bolsa-Família e com a Zona Franca de Manaus. É tudo mentira." O ex-governador paulista cobrou também a origem dos recursos que seriam utilizados na compra do suposto dossiê Vedoin. "Depois de duas horas de debate, o Lula não respondeu de onde veio o dinheiro. Ficou fugindo da explicação." E voltou a ironizar: "Não precisa torturar ninguém não (para saber). É só chamar seus amigos do PT." Alckmin disse que o tom adotado no debate foi muito bem aceito pela população. "Eu estive na rua hoje cedo e quase não consegui andar", comentou. O candidato tucano afirmou que não estava com raiva, mas "simplesmente indignado com a falta de explicações" (do presidente da República) para o que vem ocorrendo no Brasil. "Não podemos achar que tudo isso é normal, não é." O ex-governador disse que está muito animado com a campanha deste segundo turno, e afirma que não mudou o seu estilo. "O meu estilo é o mesmo, eu gosto de falar as coisas na frente das pessoas", emendou. Economia Apesar do tom enfático que adotou no debate ao cobrar questões éticas do presidente Lula, Alckmin disse que a tônica da campanha deste segundo turno será a economia. "A questão central é econômica, com discussões a respeito do crescimento, emprego, renda e trabalho. Além disso, precisamos discutir a séria crise da agricultura e a qualidade nos serviços públicos", frisou. Alckmin assegurou que a questão ética também deverá ser mantida em pauta, com a discussão de princípios e valores. O ex-governador de São Paulo afirmou que sua mensagem está sendo "muito bem entendida pelo povo brasileiro". Na entrevista que concedeu, Alckmin disse que é um erro o adversário do PT trazer o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso para o debate eleitoral. "Ele (Lula) está com os olhos no passado, e temos de discutir o futuro", declarou. Questionado sobre o processo que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, disse que vai impetrar contra ele, por causa das criticas recebidas no debate, Alckmin disse apenas: "nenhum comentário". Alckmin informou que sua campanha de rua, neste segundo turno, começará na terça em Minas Gerais. "Começaremos por Minas Gerais e vamos percorrer todo o País, levando a nossa mensagem de confiança e que é possível o Brasil ir melhor", afirmou. Este texto foi alterado às 17h49 para acréscimo de informações.

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