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Facção preparava assassinato de diretor de penitenciária

Ação foi descoberta pelo serviço de inteligência da polícia, que interceptou conversa entre a cúpula do PCC e seus pistoleiros, pressionados por causa da demora em matar diretor

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Militar conseguiu impedir um plano do Primeiro Comando da Capital para assassinar Roberto Medina, diretor da penitenciária de Araraquara, a 275 quilômetros de São Paulo. Os bandidos foram surpreendidos em um hotel da cidade. Houve tiroteio. Um deles foi morto e outro, preso. A ação do 13º Batalhão da PM ocorreu no dia 8, mas os detalhes da operação foram mantidos sob sigilo pelas forças de segurança. O objetivo do PCC era se vingar do fato de 1.400 presos da penitenciária terem ficado confinados em uma ala do Anexo de Detenção Provisória. Eles foram mantidos ao relento durante quase duas semanas após uma rebelião ordenada pelo PCC ter destruído em junho o complexo prisional de Araraquara. Só então a Secretaria de Administração Penitenciária começou a transferir parte dos detentos. A medida foi justificada pela falta de vagas no sistema prisional - 25 mil foram destruídas em rebeliões da facção. A ação foi descoberta pelo serviço de inteligência da polícia. Em uma conversa interceptada os policiais descobriram que a cúpula do PCC estava pressionando seus pistoleiros por causa da demora em acertar as contas com o diretor. "Seu prazo acabou", disse o bandido ao pistoleiro. Este pediu que a facção enviasse reforço para participar da ação e disse precisar de um carro. Mas a cúpula exigia que a missão fosse cumprida imediatamente. Caso contrário, a sentença de morte dos pistoleiros seria decretada pela organização. Com base no acompanhamento das ordens do PCC, a PM decidiu agir no dia 8. Eles obtiveram da Justiça um mandado de prisão contra os pistoleiros. Os homens do 13º Batalhão da PM foram ao hotel em que os bandidos estavam hospedados. Quando tentaram detê-los, os criminosos reagiram e atiraram nos PMs. Claudiomiro Bono, conhecido como Miro ou Peninha, morreu no tiroteio. O bandido tinha antecedentes criminais por roubo, furto, porte de drogas, lesão corporal, seqüestro e tráfico de entorpecentes. Além dele, os policiais capturaram outro soldado da facção. Trata-se de Gutembergue Tavares dos Santos, que já foi processado por roubo. Ele foi preso em flagrante sob a acusação de resistência à prisão. A inteligência da PM recebeu ainda informações sobre planos da organização criminosa para seqüestrar outros diretores e funcionários de alto escalão da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). A ação contra Medina seria a primeira de uma série de atos terroristas planejados pelo PCC.

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