Falso padre é preso tentando vender encontros com o papa

Erivandro Férrer de Lima cobrava R$ 550 pelo "encontro" com o líder católico

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um falso padre foi preso em Fortaleza tentando vender encontros com o papa Bento XVI. Erivandro Férrer de Lima, de 28 anos, portava uma carteira falsificada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em suas andanças pelo interior cearense, chegou a enganar padres verdadeiros, rezou missas e depois fugiu com o dinheiro arrecadado nas ofertas. De acordo com a delegada Rosicleide de Castro, titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações, o falso padre dizia para suas vítimas que estava preparando uma caravana de fiéis para terem um encontro com Bento VXI, em Aparecida (SP), durante a visita do papa ao Brasil, prevista para maio deste ano. Erivandro cobrava de cada interessado R$ 175 mais cinco parcelas de R$ 75 pelo "encontro". "Muitas pessoas foram enganadas e, acredito, com a divulgação do fato, novas vítimas podem aparecer", disse a delegada. Ainda segundo ela, Erivandro havia sido preso, em 2002, também por estelionato. A delegada também vai investigar uma denúncia de que ele pode estar envolvido com práticas de pedofilia. O falso padre foi preso em flagrante na segunda-feira, 8, quando tentava enganar duas funcionárias do Departamento de Trânsito do Ceará (Detran-CE). Aos policiais, apresentou uma carteira da Cnbb. Depois, alegou pertencer à Igreja Brasileira Livre, cuja sede fica em Minas Gerais, e que não faz parte da Cnbb. Em depoimento, negou o golpe e disse ter começado um curso filosófico, em 2003, em Belo Horizonte (MG). Arquidiocese Padre Gilson Soares, da Arquidiocese de Fortaleza, afirmou tratar-se de um caso a ser resolvido pela polícia. Segundo ele, é preciso tomar cuidados para não cair em golpes como este. "Nosso povo é tão bom, tão generoso que se deixa levar até pelos falsos padres", comentou. Ainda segundo padre Gilson, o documento que Erivandro portava foi feito com base em dados já nem usados mais pela Igreja. "A carteirinha (usada pelo estelionatário) é branca. A da Cnbb é de cor amarela e é da Comissão Nacional dos Presbíteros e não da Comissão Nacional do Clero, como era antigamente. Ele usou todas as coisas antigas e até mesmo o nome do bispo para poder enganar a todos", apontou padre Gilson.

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