Após o blecaute, o abastecimento de água foi interrompido por seis horas em todo o Estado do Rio, e até o fim da tarde desta quarta-feira, 11, não havia sido normalizado. Pelo menos 1.600 crianças da rede municipal ficaram sem aulas por causa da falta d'água. Também afetado pelo problema, o Hospital Municipal Salgado Filho, na zona norte, só realizava cirurgias de emergência.
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"O apagão atingiu todas as estações de abastecimento. Pedimos à população que economize água nas próximas 72 horas, período em que o fornecimento será normalizado", informou a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Oficialmente, 90% do fornecimento foi restabelecido nesta quarta - ou seja, o problema ainda atingia cerca de 1 milhão de pessoas, e as regiões mais afetadas eram a zona oeste da capital e a Baixada Fluminense.
O blecaute afetou o funcionamento de pelo menos mais um hospital e uma maternidade no Estado. Os geradores do Hospital Estadual Carlos Chagas e da Maternidade Osvaldo Nazaré não funcionaram. O presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze, afirmou que pedirá uma auditoria do Ministério Público para descobrir se há relação entre o apagão as três mortes ocorridas no Carlos Chagas durante a queda de energia.
A Secretaria Estadual de Saúde confirma que houve um problema com o gerador do hospital, mas sustenta que as mortes não têm a ver com o blecaute. Pela manhã, problemas causados pelo apagão ainda afetavam cerca de 5% dos semáforos do Rio - normalmente, 1% apresenta problemas. O Rio tem cerca de 2.300 cruzamentos com sinais luminosos - em 115 eles estavam apagados. Foram mobilizados 400 homens da Guarda Municipal e da Defesa Civil para monitorar cruzamentos. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) determinou que seja criado um plano contra "apagões de verão."
Ele considerou "casos isolados" os problemas ocorridos em escolas da rede municipal, por falta d'água. Já o Corpo de Bombeiros informou ter recebido 104 chamadas para socorrer pessoas presas em elevadores durante o apagão. A concessionária Metrô Rio informou que o serviço nas Linhas 1 e 2 foi interrompido às 22h13 de quarta-feira.
Somente o funcionamento das estações foi mantido: geradores de emergência garantiram o desembarque dos passageiros que estavam nos trens e a manutenção de luz e ventilação nas composições e nas estações. O Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes informou que, em média, os estabelecimentos perderam 75% do estoque de alimentos perecíveis, além de máquinas e equipamentos.