Família de brasileira morta não crê em suicídio

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Por Miguel Portela
Atualização:

Tatiane de Oliveira, de 24 anos, foi encontrada morta na madruga de anteontem em Tenerife, no arquipélago espanhol de Canárias. Segundo a família, que mora em casa de madeira no Bairro Santa Cruz, uma das regiões mais pobres de Cascavel, no oeste do Paraná, a polícia espanhola informou que Tatiane, que estava grávida, teria se enforcado. Os familiares não acreditam nessa hipótese e desconfiam do namorado dela, um espanhol, com quem vivia. A brasileira morava há oito meses na Espanha e trabalhava como doméstica. Quem recebeu a notícia de sua morte foi a irmã, Andréa de Oliveira. "Uma amiga dela me ligou. Ela me disse que o namorado a matou", relata. De acordo com a família, a brasileira e o espanhol, chamado Bernardo, namoravam há quatro meses. Ela se mudou para a casa dele após saber da gravidez. Para os familiares, a brasileira não tinha motivos para cometer suicídio, uma vez que havia anunciado a vinda do novo filho na segunda-feira, quando fez o último contato com a mãe, Beatriz de Oliveira. "A Tatiane estava feliz na Espanha. Na última vez em que conversamos, ela disse que o namorado a pediu em casamento e que estava grávida. Até a mãe falou para ela voltar e ter o filho aqui", diz Andréa, lembrando que a idéia de vir ao País não teria agradado o espanhol. Tatiane deixou quatro filhos, três morando com o pai e um com a avó materna, em Cascavel. "A Tatiane mandava dinheiro para construir a casa onde pretendia morar com os filhos, depois que voltasse ao Brasil, e também ajudava a pagar as contas da família", diz Andréa. Ontem, a família foi pedir auxílio à Polícia Civil de Cascavel. O delegado-chefe da 15ª Subdivisão Policial (SDP), Amadeu Trevisan, fez os primeiros contatos com a Divisão de Assistência Consular do Itamaraty em Brasília, a fim de orientar os familiares sobre o traslado do corpo. Segundo a polícia, a confirmação oficial da morte deve ser feita pelo consulado brasileiro em Madri.

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