Família de Jean Charles levará caso a Tribunal de Direitos Humanos

Parentes do brasileiro morto há dez anos pela polícia de Londres querem a condenação dos oficiais envolvidos na operação

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Por Redação
Atualização:

LONDRES - A família do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto há 10 anos pela polícia de Londres ao ser confundido com um homem-bomba, vai apresentar uma ação criminal no Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) nesta quarta-feira, 10, contra os oficiais envolvidos na operação.

O processo, aberto no Tribunal de Estrasburgo por uma prima da vítima, quer a condenação das autoridades britânicas pela violação do direito à vida, com a alegação da falta de investigação efetiva dos fatos.

A Grande Câmara, instância suprema do TEDH, formada por 17 juízes, emitirá seu veredicto dentro de alguns meses - sua decisão será definitiva.

Confundido com um homem-bomba,Jean Charles recebeu sete tiros na cabeça quando embarcava no metrô na Estação de Stockwell, no sul de Londres, no dia 22 de julho de 2005 Foto: Reprodução/Reuters

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O caso. Jean Charles recebeu sete tiros na cabeça quando embarcava no metrô na Estação de Stockwell, no sul de Londres, no dia 22 de julho de 2005.

A operação policial ocorreu um dia depois de um atentado contra a rede de transporte da capital britânica ter sido abortado. A polícia confundiu o brasileiro com Hussein Osman, um dos quatro militantes islâmicos que planejaram o ataque.

O serviço de segurança britânico estava sob o mais alto nível de alerta, já que duas semanas antes quatro muçulmanos britânicos tinham matado 52 pessoas e a si próprios em explosões no ataque mais mortal de tempos de paz na Grã-Bretanha. O atentado deixou ainda mais de 700 feridos.

"Durante 10 anos a família vem lutando por justiça para Jean, porque acreditamos que os oficiais da polícia têm que ser julgados pela morte dele", disse Patrícia Armani Da Silva, prima de Jean Charles. "A morte de Jean é uma dor que nunca vai embora."

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Apesar dos repetidos apelos por parte da família para que os oficiais envolvidos sejam condenados, promotores afirmaram não haver evidências suficientes para processar os envolvidos./AFP E REUTERS

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