Centenas de pessoas acompanharam o enterro simbólico do diretor-financeiro da Cooperativa Vinícola Aurora, Ivalino Bonatto, nesta quarta-feira, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. TAM assina termo de conduta com familiares de vítimas do 3054 Ele é uma das quatro vítimas do Vôo 3054 da TAM que não tiveram restos mortais identificados. A família decidiu fazer uma cerimônia de despedida para encerrar um ciclo, mas ainda espera por algum fragmento do corpo. O ritual começou com uma missa celebrada pelo padre Izidoro Bigolin na Igreja São Bento. Um foto de Bonatto e um caixão coberto com um arranjo de flores as bandeiras da Cooperativa Vinícola Aurora e do Internacional, clube para o qual o executivo torcia, foram colocados diante do altar. Uma filha de Bonatto, Camile, fez questão de homenagear seu pai como a melhor pessoa do mundo. "Ele me ensinou que a honestidade é o maior bem que uma pessoa pode ter", lembrou. Depois da cerimônia religiosa, houve o sepultamento simbólico no Cemitério Parque Jardim do Vale. O diretor-superintendente da Aurora, Hermes Zaneti, lembrou com orgulho que foi o alfabetizador de Bonatto, em 1962, numa escola rural do atual município de Nova Bassano. "O trabalho correto e honesto de um homem como esse deveria ser exemplo para muitos em Brasília", comentou. Bonatto trabalhou na Aurora, a maior vinícola brasileira, dos 18 aos 54 anos, idade que tinha ao morrer. Era casado com Ivani e tinha os filhos Camile, de 24 anos, e Vinícius, de 20 anos. O Vôo 3054 da TAM saiu de Porto Alegre e terminou em tragédia no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 17 de julho. O avião não parou na pista e bateu no prédio da TAM Express, ao lado do aeroporto. Das 199 vítimas, 195 foram identificadas e enterradas, 84 delas no Rio Grande do Sul. Não foram encontrados restos mortais de Ivalino Bonatto, Levi Ponce de Leão, Andrei François de Mello e Michele Leite.