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Família lamenta fim de buscas por última vítima de vôo da Gol

Aeronáutica diz que passageiro estava sentado próximo à asa do Boeing, mas não quis confirmar se do lado que houve colisão com jato

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comando da Aeronáutica suspendeu nesta sexta-feira as buscas ao corpo do bancário Marcelo Paixão, única vítima do acidente do Boeing da Gol que não foi encontrada. Após 50 dias, a Força Aérea Brasileira (FAB) informa que esgotaram-se as possibilidades técnicas de que o corpo seja encontrado e que dará por encerrada a procura na Serra do Cachimbo(PA), onde a aeronave caiu após colisão com o jato Legacy em 29 de setembro. A família do bancário de 29 anos lamenta a decisão. Em meio a fotos de Marcelo, Antônio Cláudio de Araújo, tio de Marcelo Paixão, questiona: "Eram 154 corpos, por que só ele não foi encontrado pelos soldados?" Araújo chegou a estar no local do acidente, procurando, supervisionado por uma equipe militar, vestígios de roupas ou equipamentos que fossem de uso de Marcelo. Apenas uma sacola do rapaz foi encontrada. Das 154 vítimas do acidente, Paixão Lopes, que morava em Brasília, foi o único cujos restos mortais não foram identificados pelos peritos do Instituto Médico Legal do Distrito Federal. Ele viajava na companhia de Francisco das Chagas Moura Loiola, 44 anos, e Eduardo Ribeiro de Souza, 42 anos, todos funcionários do banco HSBC. O corpo de Loiola foi o primeiro a ser identificado. Segundo a assessoria de imprensa da Aeronáutica, Lopes estava sentado próximo a uma das asas da aeronave. A FAB não quis confirmar se era a asa no lado que houve o choque com o Legacy. Os militares informam que as buscas podem ser retomadas a qualquer momento se houver alguma evidência de que algo pode ser achado. Segundo a FAB, a suspensão das buscas foi comunicada à famílias e teve a concordância dela. Os familiares de Paixão realizaram no local do acidente uma cerimônia de despedida. Além disso, foram depositadas uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e uma Bíblia no local do acidente, sobre os destroços da aeronave. Ao todo, 900 pessoas, entre militares e civis, foram empregadas na operação de busca das vítimas e das partes do avião. Elas teriam vasculhado uma área de 20 quilômetros quadrados em busca do último corpo. Segundo a Agência Brasil, também não foram encontradas a asa esquerda e o winglet (componente aerodinâmico da ponta da asa) da aeronave. Ao divulgar ontem o relatório preliminar da Divisão de Investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), o chefe das investigações, coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira, afirmou que a análise destas partes seria importante para comprovar a hipótese de que a ponta da asa do jato Legacy - que se chocou no ar com o avião da Gol - teria atingido a asa esquerda do Boeing, que se desintegrou durante a queda.

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