Família de Moïse Kabagambe tem reunião nesta segunda com concessionária de quiosque no Rio

Prefeitura ofereceu gestão da estrutura para parentes da vítima assassinada no dia 24 de janeiro. Projeto também incluir transformação do local em memorial da cultura africana

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Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO - Uma reunião de familiares do refugiado congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte, aos 24 anos, na orla da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, sobre a possibilidade de a família da vítima assumir a gestão do quiosque onde ocorreu o crime, foi adiada para esta segunda-feira, 7. Inicialmente, o encontro com a concessionária Orla Rio, que administra os quiosques das praias cariocas, seria no sábado, 5, mesmo dia em que a prefeitura do Rio fez a proposta.

O projeto, da Secretaria municipal de Fazenda e Planejamento, em parceria com a concessionária, inclui a transformação de dois quiosques “em um memorial em homenagem à cultura congolesa e africana”. A iniciativa foi divulgada à imprensa acompanhada de imagens de croquis de como os quiosques poderão ficar, decorados com temas gráficos de inspiração africana.

Mulher anda de bicicleta próximo ao quiosque Tropicália, onde Moïse foi assassinado, no Rio. Prefeitura oferece gestão do local à família do congolês Foto: REUTERS/Sergio Moraes - 04/02/2022

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A proposta inclui a reforma dos quiosques Tropicália e Biruta, que dividem a mesma estrutura física, além de apoio e capacitação para a gestão de bares e restaurantes, com auxílio do Senac e entidades dedicadas ao acolhimento de refugiados, disse no sábado, 5, o secretário de Fazenda e Planejamento do Rio, Pedro Paulo. O crime ocorreu no Tropicália, que será oferecido à família de Moïse, mas o complexo cultural incluirá também o quiosque vizinho, a ser gerido por outro empreendedor – possivelmente uma organização da sociedade civil, segundo Pedro Paulo.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ), Álvaro Quintão, que atua no apoio jurídico à família de Moïse, informou que os familiares da vítima veem a proposta com bons olhos e deverão aceitá-la. Eles participariam de uma reunião com a concessionária Orla Rio para entender melhor a proposta na tarde de sábado, 5, mas o encontro foi adiado para esta segunda-feira, 7, conforme Quintão.

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