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Família quer evitar superexposição de Iruan

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Por Agencia Estado
Atualização:

A superexposição do menino Iruan Ergui Wu à mídia está com os dias contados, pelo menos se depender da vontade da avó materna, Rosa Leocádia Ergui, e da Comissão Interinstitucional que ajudou a família a obter, na Justiça de Taiwan, a devolução da custódia do garoto. ?A criança, para se desenvolver, precisa de um ambiente reservado?, justificou o procurador de Justiça Afonso Armando Konzen, participante da comissão, que ouviu da avó, nesta terça-feira, a promessa de que só atenderá repórteres em encontros previamente agendados e de que Iruan não dará entrevistas. A comissão critica a postura da família taiwanesa, que, nos últimos dois anos e meio, expôs Iruan muitas vezes com o intuito de convencer a opinião pública de que era melhor que o garoto ficasse vivendo na aldeia de Chiehting, onde estava retido pelo tio paterno Huer Eam Wu desde março de 2001. ?Queremos criar um ambiente de tranqüilidade?, tem repetido a avó desde que a volta de Iruan começou a se tornar real, em dezembro, quando, em última instância, a Justiça reconheceu que cabia a ela a guarda de Iruan. Apesar da preocupação com a preservação da intimidade do garoto, será difícil evitar o assédio nos próximos dias. O colégio Martinho Lutero já providenciou uma faixa de boas-vindas anunciando que a vaga de Iruan está reservada. Nesta terça-feira, ao caminhar por ruas de Canoas para pagar algumas contas, a avó foi abordada por diversas pessoas que queriam oferecer solidariedade. Uma torcida organizado do Grêmio vai enviar uma camiseta do time ao menino, que foi convidado para ver o clássico contra o Internacional, no domingo, no camarote da Federação Gaúcha de Futebol. Depois da tumultuada segunda-feira, quando foi entregue à força para o representante comercial brasileiro em Taiwan, Paulo Antônio Pereira Pinto, o menino Iruan Ergui Wu viveu uma terça-feira calma. Ele passou o dia no hotel de Kaoshiung onde aguarda o embarque para o Brasil, previsto para às 2 horas ? de Brasília ? desta quarta-feira e brincou com primos taiwaneses nos corredores do prédio. Em entrevistas às rádios de Porto Alegre, Pereira Pinto disse que o garoto estava ?reagindo bem? ao período de adaptação à sua companhia para depois viajar ao encontro da avó Rosa Leocádia Ergui, em Canoas, no Rio Grande do Sul. A primeira etapa da viagem é para Hong Kong. Depois, o destino é Johannesburgo. A chegada ao Brasil está prevista para às 16h40min de quinta-feira, em São Paulo. E a etapa final será o vôo das 20h30min às 22 horas, até Porto Alegre. A avó recusou o convite da deputada federal para receber Iruan em São Paulo e preferiu esperá-lo no aeroporto Salgado Filho. Além de Pereira Pinto, estarão com Iruan uma tia taiwanesa e a advogada da família Wu. Segundo Konzen, a família brasileira está determinada a receber muito bem os taiwaneses e a facilitar a manutenção dos contatos entre Iruan e os parentes orientais. ?A avó diz que não guardará nenhuma mágoa?, relata o procurador de Justiça. Iruan já era órfão de mãe quando foi levado a Taiwan em março de 2001 pelo pai, Teng-Shu Wu, que morreu logo depois. Desde então ficou retido pelo tio Huer Eam Wu, que só aceitou entregá-lo na segunda-feira, depois de muita pressão da polícia.

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