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Familiares querem que 'país neutro' analise caixa-preta do voo 447

Presidente de associação diz que não confia no BEA; 'Os corpos (das vítimas) são desprezados', reclama

Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

RIO - O presidente da Associação de Familiares de Vítimas do Voo 447, Nelson Faria Marinho, defendeu mais uma vez neste domingo que a caixa-preta encontrada pela agência de investigação de acidentes aéreos da França (BEA, na sigla em francês) seja analisada por um "país neutro", para garantir a ampla divulgação de todas as informações sobre os últimos momentos antes do acidente.Pai de um dos passageiros, Nelson cobrou que, apesar da descoberta da caixa-preta, continuem as buscas por restos mortais. "A prioridade deles é somente a caixa-preta e os corpos são desprezados", criticou. Segundo Nelson, a continuação das buscas dependerá de uma decisão da Justiça francesa."Na última reunião com a BEA, em Paris, dissemos que a caixa-preta deveria ser analisada por um país neutro. Os Estados Unidos têm grande experiência e avançada tecnologia. Não confiamos na BEA e no governo francês. Nós pedimos em fevereiro que um representante dos parentes acompanhasse as buscas no navio, mas fomos vetados. No entanto, o trabalho é acompanhado por representantes da Air France e da Airbus (fabricante do avião acidentado)", afirmou Nelson.O presidente da associação disse ter recebido do sindicato de pilotos franceses um documento que relata problemas de manutenção nos equipamentos dos aviões da Air France. "A caixa-preta pode trazer informações sobre isso", afirmou. Nelson ainda tem esperança de que representantes da associação sejam recebidos pela presidente Dilma Rousseff. "Não é nenhum favor nos receber", desabafou.A agência de investigação de acidentes aéreos da França informou hoje que buscas submarinas localizaram a caixa-preta do avião da Air France. Ele caiu no Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009, quando ia do Rio de Janeiro para Paris. Todas as 228 pessoas a bordo morreram.

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