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Famosas no Sul, tricoteiras vinham a São Paulo para encontro na Fiesp

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Por Redação
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No total, eram 20 tricoteiras. Todas as quartas-feiras, elas se revezavam na Praça da Matriz, em Porto Alegre, aprontando a manta. Faziam parte do Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul. O grupo viajou para São Paulo para participar do lançamento do Movimento Nacional Contra o Calote Público, que ocorreria ontem, na Federação das Indústrias de São Paulo. Atualmente se mobilizava contra a Proposta de Emenda Constitucional(PEC) nº 12, que prevê o pagamento dos precatórios por meio de leilão: quem oferecer maior desconto ao governo devedor recebe primeiro. Para o grupo, se aprovada, a PEC oficializará o calote. Antes do embarque, no Aeroporto Salgado Filho, cinco das tricoteiras posaram para fotos. Entre elas, a presidente do sindicato, Júlia Camargo, 79 anos. Além dela, morreram no acidente a conselheira fiscal Sonia Machado (70 anos), a pensionista Nelly Elly Priebe (79 anos), as sócias Mery Wilma Grash Vieira (77 anos), Suely Leal da Fonseca (75 anos), Adelaide Helegda Rolin de Moura (73 anos) e Elcita da Silva Ramos (85 anos), a funcionárias Catilene Maia de Oliveira (35 anos) e a assessora de imprensa, Kátia da Luz Escobar (43 anos). Com as tricoteiras, viajavam a presidente do Sindicato dos Técnicos Científicos do Estado do Rio Grande do Sul (Sintergs), Nadja de Paula, 52 anos, e o diretor de divulgação do sindicato, Luiz Fernando Zacchini. A mãe de Nadja, Teresa, de 78 anos, desembarcou ontem em São Paulo em busca dos restos mortais da filha. COINCIDÊNCIA Uma triste coincidência marcou a morte da advogada catarinense Simone Lacerda Westrupp, uma das passageiras do Airbus. Vinda de uma das mais tradicionais famílias da política de Santa Catarina, ela era neta do ex-governador do Estado Jorge Lacerda, que também morreu num acidente aéreo, em junho de 1958, em São José dos Pinhais (PR). Junto com Lacerda estava o ex-presidente da República Nereu Ramos. Simone morava em São Paulo e voltava de uma viagem de negócios para o banco em que trabalhava. Outra catarinense morta no acidente foi a comissária de bordo da TAM Cássia Negretto, de 28 anos. Natural de Concórdia, ela fazia rotas internacionais, mas, segundo sua família, havia sido deslocada para Porto Alegre para treinar novos comissários. A comissária Flávia Seganfredo declarou que Cássia embarcou para Congonhas em seu lugar. As duas trocaram de escala a pedido de Flávia. HARRY POTTER Assistir ao filme de Harry Potter. Era esse o programa que as irmãs Júlia Elisabete Gomes, de 10 anos, e Maria Isabel Gomes, 14, fariam quando chegassem a São José do Rio Preto, no interior paulista. As duas tinham ido visitar parentes nas férias e voltavam para casa, acompanhadas da avó Maria Elizabeth Caballero. "Elas tinham programado assistir ao filme com as amiguinhas", contou a mãe, Carmem Caballero, antes de ir a São Paulo para fazer o reconhecimento dos corpos. "As duas estavam muito felizes." As férias escolares eram também o motivo da primeira viagem de avião de Renan Klug Ribeiro, de 13 anos, e de sua mãe, Vilma Klug, de 33. Moradores de Porto Alegre, eles iriam a Natal visitar uma colega de Vilma. DA MESMA EMPRESA Um diretor e um engenheiro da Coteminas, empresa do vice-presidente da República, José Alencar, estavam no vôo. O diretor da unidade de Montes Claros (MG), Fábio Vieira Marques Júnior, de 56 anos, e o engenheiro Rospierre Vilhena, de 33, viajaram na segunda-feira para Porto Alegre, onde participaram de uma reunião de trabalho. Rospierre era filho do vice-presidente industrial da companhia, Pedro Garcia Bastos Neto, e trabalhava em Belo Horizonte. Fábio Marques dirigia a unidade de Montes Claros, mas estava de mudança para a capital mineira. Quem o contratou, quase 30 anos atrás, foi o vice-presidente da República.

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