Fatboy transforma carnaval de rua de Salvador em mega rave

DJ inglês contou com a ajuda dos DJs brasileiros Mark e Patife

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Por Agencia Estado
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Na madrugada de terça para quarta-feira, o produtor e DJ inglês Fatboy Slim promoveu uma folia rave no circuito Barra-Ondina, encabeçando o trio elétrico Skol D+. O asfalto virou pista de dança, e as cerca de um milhão de pessoas, segundo estimativas, se espremeram como puderam nas apertadas ruas da Avenida Oceânica para acompanhar o cortejo do DJ, a maioria delas familiarizada com seu repertório. A festa começou por volta de meia-noite e só foi terminar às 4h30 da madrugada desta quarta-feira, com o povo extenuado e ainda assim pedindo mais. Começou com o DJ Patife segurando a onda entre o início do percurso e a virada do Farol da Barra, à frente do camarote de Gilberto Gil. Patife fez furor mesmo tocando músicas novas (de seu próximo disco, que lança este mês) ou mandando ver numa versão anabolizada de O Calhambeque, de Roberto Carlos. Quando Patife anunciou o nome de Fatboy Slim, ato contínuo começou a cair uma chuva fina sobre os foliões, que vibraram como se fosse o anúncio de um novo papa na Praça de San Marco. "Fatboy acaba de me dizer aqui que ele trouxe o tempo de Londres para Salvador", brincou Patife ao microfone. Mas longe disso. A chuva vinha e o fog que se abateu sobre a vista do Farol da Barra, em Salvador, veio na hora certa, refrescando os 5 mil frenéticos integrantes do bloco (os portadores de abadá) e, principalmente, quem estava de fora e fazia questão de acompanhar, aos trancos e barrancos, a comitiva de Mr. Slim. O único inconveniente é que Fatboy, em plena função, mexendo nas picapes, teve de se encolher enquanto a organização providenciava em cima da hora uma cobertura para o trio elétrico e o equipamento. Dali em diante, foi só farra - talvez a folia com o maior número de turistas estrangeiros do circuito. Nada de Axé Como tinha prometido em entrevista antes da apresentação, Fatboy resistiu ao populismo e não tocou axé music. Apenas uma descarga de batucada de samba quando passava em frente ao camarote de Daniela Mercury, seguida por uma versão drum´n´bossa de Mas que nada, de Jorge Ben Jor. Dali em diante, foi só pop inapelável, como Baby Boy, de Beyoncé, e Billie Jean, de Michael Jackson, tocados com o estilo inconfundível do Rei Midas das pistas. A única coisa em comum com a axé music, na festa de Marky, Patife e Fatboy, foram as camisas da seleção brasileira que os anfitriões usaram. Inesquecível observar aqueles dois legítimos representantes da árida periferia de São Paulo, Marky e Patife, abraçados ali com um dos ícones da música eletrônica, os três respeitosos, os três fãs uns dos outros, aprendendo e se divertindo. Marky entrou por último e pegou a "turma dos excluídos" predominando, quando a maior parte dos foliões de abadá já tinha caído por nocaute. Antes mesmo da apresentação, ele já vibrava. "Gosto de levar cultura às pessoas, de apresentar as coisas. Acho que esse é o trabalho do DJ", dizia.

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