25 de novembro de 2010 | 00h00
Ao querer mostrar compromisso com a austeridade fiscal em seu primeiro discurso como ministro da Fazenda do governo Dilma, Guido Mantega disse que vai cumprir uma meta de superávit primário que o governo formalmente já abandonou: 3,3% do PIB. O superávit primário é a poupança que o governo faz para pagar os juros da dívida.
Na última sexta-feira, o governo enviou ao Congresso um projeto de lei retirando a Eletrobrás do esforço fiscal do setor público, o que reduz a economia do governo em 0,2 ponto porcentual do PIB. Além disso, com os novos parâmetros econômicos previstos pelo Planejamento, o superávit primário que está na LDO de 2011, definido em valor nominal (R$ 117,9 bilhões), será, na prática, ainda 0,1 ponto porcentual menor em relação ao tamanho da economia. Ou seja, formalmente, a meta do governo para o ano que vem é de 3% e não de 3,3% do PIB, como anunciado.
Mantega não disse como vai cumprir o superávit de 3,3%. Como os afrouxamentos da meta são oficiais, o governo Dilma terá de dizer também com que poupança o Tesouro fará a compensação prometida por Mantega.
A única pista sobre a fonte de mais poupança do novo governo foi dada pela futura ministra Miriam Belchior, que falou em "rever contratos" para saber onde cortar despesas de custeio.
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