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Fechamento de albergues foi mal compreendido, diz vice-prefeita

Por Emilio Sant'Anna e Diego Zanchetta
Atualização:

Há pouco mais de um mês, a vice-prefeita e secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Alda Marco Antonio, foi à Camara Municipal explicar o fechamento de albergues na região central de São Paulo. Acusada por entidades de defesa dos direitos humanos de pôr em prática uma política "higienista", Alda levou 42 minutos para tentar passar a limpo seus planos, que incluem ainda a remoção de mais 3 mil albergados. Em entrevista exclusiva ao Estado, a vice-prefeita afirma ter sido mal entendida pelas entidades e diz não ver obstáculos para a população de rua deixar a região central da cidade. Quais são as principais necessidades da população em situação de rua de São Paulo? O principal motivo que leva o indivíduo a morar na rua é a falta de emprego. Daí decorrem todas as outras necessidades que vão se agravando com o tempo de permanência nessa condição. A secretaria contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para realizar o segundo censo de população de rua da cidade de São Paulo. Com os resultados, a secretaria poderá melhor definir suas políticas para esse segmento. Como a senhora analisa a situação sanitária dessa população? A maioria dos que recusam albergue, o faz dizendo que não suporta o banho. Portanto, sua condição sanitária não pode ser boa. Como a senhora analisa as críticas recebidas após o fechamento de vagas em albergues do centro? O fechamento desses albergues foi mal compreendido em alguns setores, já que nenhuma vaga foi extinta. Os usuários dos albergues fechados foram encaminhados para outros centros de acolhida. Como, de fato, vai funcionar a assistência a essa população? Com agentes de proteção social nas ruas, com centros de convivência, centros de acolhida, programas de capacitação para o trabalho, busca de emprego, encaminhamento para hotéis sociais e retorno à família, quando for possível. A senhora acredita que os moradores de rua que utilizam os albergues na região do centro possam se deslocar para outras regiões? Sim. Quantos albergues ainda serão fechados na região? Um, localizado no Viaduto Pedroso. Esse processo faz parte do aperfeiçoamento da política de assistência social e prevê somente a melhoria das condições dos moradores de rua. Não haverá fechamento de vagas. A medida faz parte do projeto de revitalização do centro? São ações distintas. O trabalho da Prefeitura com a população de rua é permanente e existirá enquanto houver pessoas morando na rua.

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