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Fenômeno ecológico e toneladas de peixe morrem na Lagoa

Por Agencia Estado
Atualização:

Pescadores da Lagoa Rodrigo de Freitas recolheram três toneladas de peixes mortos da espécie savelha entre sábado e hoje. O vice-presidente da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), Altamirando de Moraes, garante que não está havendo nova mortandade de peixes na lagoa, mas uma adaptação da espécie. ?Não sabemos por que motivo a savelha se reproduziu em excesso no último verão e o ecossistema não comporta tantos peixes dessa espécie. Mas somente a savelha está morrendo e isso não vai afetar as centenas de outras espécies que vivem na lagoa?, afirmou. Moraes explica ainda que apesar de a maré estar baixa, as condições da água na lagoa estão dentro dos padrões ideais. ?O nível de oxigênio dissolvido está em 8 miligramas por litro, a salinidade em 15% e a temperatura entre 26 e 24º está muito boa. Oxigênio acima de 4 miligramas por litro já é considerado um bom nível e só há mortandade de peixe com a temperatura acima dos 30º?, afirmou o vice-presidente. Os dados foram medidos pela Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente. Os pescadores, no entanto, estão preocupados. Eles temem que a savelha, que é um peixe frágil, seja um aviso de que outras espécies começarão a morrer. ?A maré está mais baixa que o normal. Além disso, a savelha, que não tem valor comercial, se reproduziu muito, e consome o fitoplâncton, que faz a fotossíntese e oxigena a água. Sem oxigênio, outras espécies vão morrer?, afirmou o presidente da colônia de pescadores Z-13, Ricardo Montalvani. Montalvani disse ainda que os peixes não engordaram, já que tiveram a quantidade de alimento reduzido pelas savelhas. ?As redes artesanais não conseguem capturar o peixe que não engorda?, afirma. Ele pede que o governo do Estado autorize a pesca industrial na Lagoa Rodrigo de Freitas a fim de reduzir a quantidade de peixes. Moraes disse que o Estado está contratando especialistas que farão estimativa sobre quantos peixes de cada espécie devem viver na Lagoa. O excesso será remanejado. Ele acredita que a partir do próximo verão o problema estará solucionado. Até o início do ano, o excesso de savelhas era retirado pela prefeitura, num acordo com os pescadores, que recebiam R$ 300 cada um pelo trabalho. ?Há dois anos não havia mortandade?, diz Montalvani. O convênio foi suspenso depois que o Estado retomou a Lagoa Rodrigo de Freitas. ?A prefeitura fazia um trabalho sem controle. Agora será uma ação com base científica?, garante Moraes.

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