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Feridos no incêndio em BH pegam pneumonite

Por Agencia Estado
Atualização:

Parte dos 341 feridos no incêndio ocorrido na madrugada do último sábado, na casa de shows Canecão Mineiro, na região oeste de Belo Horizonte, no qual seis pessoas morreram, voltou a procurar, nesta terça-feira, hospitais públicos e particulares da cidade. Segundo médicos do Pronto-Socorro do Hospital João XXIII, onde foram atendidas 41 vítimas do incêndio, pessoas que já haviam recebido alta - a maioria com queimaduras e escoriações - voltou ao hospital por sentir os efeitos de uma doença chamada pneumonite - inflamação nos pulmões provocada pela inalação de fumaça tóxica. Os pacientes, que se queixavam de tosse contínua e dificuldade para respirar, recebiam medicamentos e eram novamente liberados. De acordo com a diretora do João XXIII, Beth Kopit, a doença, se não tratada, pode evoluir para a pneumonia. Treze pessoas continuavam internadas na UTI de sete hospitais, nesta terça-feira, duas delas ainda em estado grave. O Ministério Público, que abriu inquérito para investigar o caso -além de funcionar de forma irregular, o Canecão Mineiro não oferecia condições mínimas de segurança - informou, também nesta terça, que deverá mover ações de indenização a pedido dos feridos e dos familiares dos mortos. Os prováveis alvos são o dono da casa de shows, o empresário Rubens Martins, a banda de pagode Armadilha do Samba - que montou uma cascata de fogos de artifício no interior do estabelecimento, o que teria provocado o incêndio - e até a Prefeitura de Belo Horizonte e o Corpo de Bombeiros de Minas, suspeitos de falhas na fiscalização. Além disso, os eventuais responsáveis poderão responder na Justiça a processos criminais por homicídio culposo e lesões corporais. Desde o início da semana, dezenas de pessoas feridas no incêndio fizeram exames de corpo delito no Instituto de Medicina Legal de Belo Horizonte, cujos laudos são necessários às ações judiciais. A Polícia Civil começou, também na terça-feira, a ouvir as testemunhas do acidente. O delegado Carlos Antônio dos Santos disse que colheu 10 depoimentos, e outros 30 deverão ser dados nesta quarta-feira.

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