Festa deixa locais sujos e redobra trabalho de moradores

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Por Agencia Estado
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A comemoração do Dia do Trabalho em Santana, na zona norte de São Paulo, forçou os moradores da região a instituir outra data: o 2 de maio, Dia de Muito Trabalho. É que logo que os shows promovidos pela Força Sindical são encerrados, os donos das casas são obrigados a empunhar vassouras, baldes e rodos para limpar a sujeira, tarefa que se estendeu por toda esta quinta-feira, provocando revolta e indignação. Os moradores dizem que as Praças Campo de Bagatelle e Heróis da Força Expedicionária, na Santos Dumont, são inadequadas para a realização da festa e propõem a transferência do evento para locais como o sambodrómo. "Ficamos ilhados em nossas próprias casas. Os ambulantes fecham as garagens. A barulheira, o trânsito e a sujeira são insuportáveis", queixa-se a dona de casa Luiza Vieira, que mora numa travessa da Santos Dumont. Os maus modos de alguns participantes da festa são outra queixa unânime. "Eles fazem xixi na porta da casa da gente, e, se gente reclama, ainda nos ofendem. O mau cheiro dura dias", afirma a professora Luciana Lopes, vizinha de Luiza. Já na Praça Campo de Bagatelle, o problema também é com a vegetação. Da grama e dos lírios recém-plantados, pouco sobrou depois da passagem de mais de 1 milhão de pessoas pelo local. Motivo de tristeza até para moradores de outras regiões. "Acho ruim maltratarem as plantas desse jeito", disse, nesta quinta, o gari Elivelton Vieira dos Santos. A Força Sindical se defende. O diretor de Marketing da entidade, André Guimarães, garante que as praças serão recuperadas e justifica a não-utilização do sambódromo ou do Anhembi: "Seria impossível colocar tanta gente lá dentro." Ele, no entanto, admite a possibilidade de transferência da festa para outro endereço. "A Prefeitura está planejando mudanças na Campo de Bagatelle e dependendo do projeto talvez fique complicado instalar as barracas por lá."

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