FHC brinca e se convida para ver implosão do Carandiru

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso pediu hoje ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PDSB), que o convide para participar da implosão dos prédios da Casa de Detenção do Complexo do Carandiru, o segundo maior presídio do mundo, prevista para o início do ano que vem. Hoje, em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, FHC liberou o primeiro repasse de verbas federais, no valor de R$ 35 milhões, para a construção de 11 presídios no interior do Estado, que vai permitir a desativação do Complexo. De acordo com projeções feitas por Alckmin, os 7.300 presos que atualmente ocupam a Casa de Detenção deverão ser remanejados para os novos presídios até o final deste ano. "Há quanto tempo sonhávamos com a possibilidade de acabar com o Carandiru", disse o presidente. Fernando Henrique lembrou que o projeto de extinção da Casa de Detenção foi idealizado pelo ex-governador André Franco Montoro. Ele disse que mais tarde a desativação se transformou em uma das metas do governo Mário Covas. "O fim da Casa de Detenção é o símbolo de uma nova etapa do sistema penitenciário no Brasil", disse. "São Paulo já está realizando uma revolução no sistema penitenciário." A construção dos 11 presídios vai custar R$ 100 milhões, metade será financiada pelo governo federal e metade pelo governo do Estado. Fernando Henrique disse que o governo federal já tem os R$ 15 milhões para complementar a segunda parcela da contrapartida da União no investimento. A Casa de Detenção deverá estar desativada até março de 2002. A Penitenciária Feminina, a Penitenciária do Estado e o Hospital Penitenciário, ainda permanecerão no Complexo do Carandiru. O governo do Estado ainda não decidiu o destino que será dado à área. O Complexo do Carandiru ocupa um espaço de 427 mil metros quadrados e a desativação da Casa de Detenção deixará livre uma área de 200 mil metros quadrados. O governador já cogitou a possibilidade de abrir um concurso para que a população apresente idéias para o que fazer com a área. O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furokawa, que também participou da cerimônia de hoje, já sugeriu a transformação da área em um grande parque, para aproveitar as áreas verdes existentes que constituem as últimas reservas da Mata Atlântica na área urbana da capital.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.