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FHC promete ampliar ações contra criminalidade

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso classificou como "chocante" os últimos acontecimentos no Rio de Janeiro, afirmou que "a violência é o inimigo número um do País", disse que essa é uma luta sem cor partidária e prometeu continuar, até o final do seu mandato, ampliando ações no combate à criminalidade. As declarações do presidente foram dadas na cerimônia de comemoração de dois anos do lançamento Plano Nacional de Segurança Pública, no Palácio do Planalto, na presença de 13 governadores, vários deles da oposição. Na ocasião, o governo federal assinou diversos convênios e anunciou a liberação de R$ 160 milhões dos R$ 338 milhões destinados aos estados, este ano, para serem usados na capacitação de pessoal e reequipamento das polícias. "O inimigo hoje é o crime, vamos nos unir e vamos derrotá-lo", disse o presidente. FHC considera "injustas" as críticas de que o seu governo fez pouco pela segurança nesses oito anos, embora reconheça que ainda falta muito a ser feito. "Os bandidos hoje funcionam em rede", afirmou Fernando Henrique, em referência às conversa telefônicas travada entre os traficantes dentro do presídio Bangu I. ?É preciso encontrar meios de facilitar a vida dos que reprimem o bandido e temos que dotar as polícias das mesmas condições, senão que superiores, para fazer frente ao desafio que está posto diante de todos nós", disse. Segundo o presidente, um dos caminhos para enfrentar essa guerra é "confiar mais nos serviços de segurança e informação" e promover a integração entre eles, no âmbito federal e estadual. "Como tudo funciona em rede, ou nós utilizamos os meios e os recursos, ou perdemos a guerra. E não vamos perder essa guerra.? Prioridade Fernando Henrique avisou que a questão da violência tem de ser trazida para o centro dos debates. "E isso não é uma escolha. Deus nos livre de ter escolhido tal coisa. Isso é imposto pelas circunstâncias", disse. E acentuou, sob aplausos da platéia: "ou nós colocamos a questão da criminalidade, do narcotráfico, do banditismo em ordem, ou seja, ou conseguimos controlar o crescimento dessas forças e o Estado restabelece sua autoridade sobre todas as partes do território nacional, ou nós teremos aí um problema que vai minando nossa capacidade de Estado-Nação, a crença na democracia.? O presidente rechaçou a idéia de que criminalidade é conseqüência da miséria e da pobreza. "É um insulto aos pobres e não é verdade até porque a criminalidade mais sofisticada não é a dos pobres e, quando o crime organizado existe, esse crime é feito por gente que não é pobre", declarou Fernando Henrique. O presidente disse reconhecer que há razões sociais para o crime. "Mas isso não é suficiente para explicar o crime, porque nas sociedades mais prósperas o crime é mais sofisticado", disse.

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