Filho de Golbery é suspeito de tentativa de homicídio

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Por Agencia Estado
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A polícia civil abriu inquérito para investigar o filho do ex-ministro do regime militar Golbery do Couto e Silva - morto em 1987 -, o fiscal de renda aposentado Golbery Júnior, de 56 anos, acusado de tentativa de homicídio em Teresópolis, na região serrana do Rio. Na noite de terça-feira, ele teria atirado no vizinho Antônio Carlos Furtado, 36, após uma discussão nas proximidades de seu sítio. Apesar de o incidente ter sido registrado na 110ª Delegacia de Polícia em nome de Jolbery Júnior, o delegado Mário Arruda afirma que se trata do filho do ex-ministro. Segundo ele, Golbery teria socorrido a vítima e alegado que o disparo foi acidental - ele se apresentou sete horas após o crime. "Ainda estamos investigando, mas tudo indica que o disparo ocorreu após uma discussão entre os dois (Golbery e Furtado) por causa do filho da vítima, que é menor de idade", disse Arruda. Não houve prisão em flagrante. Segundo o delegado, Golbery pediu para prestar depoimento em outra ocasião, na presença de um advogado. O delegado afirmou que vai tentar tomar o depoimento ainda esta semana. Baleado no abdome, Furtado está internado no Hospital das Clínicas de Teresópolis, onde foi submetido a uma cirurgia para retirada da bala. Uma senhora que se identificou como Ermelinda de Jesus, de 64, e seria sogra da vítima, contou que Golbery teria assediado sexualmente o filho de Furtado, seu neto, motivo da discussão. O rapaz, de 17 anos, já teria trabalhado como jardineiro no sítio de Golbery. Na madrugada de quarta-feira, quando Golbery se apresentou ao delegado, surgiu um incêndio na casa principal de seu sítio. Os Bombeiros foram chamados, mas quando chegaram já estava tudo queimado. Golbery não foi localizado hoje em Teresópolis. O general Golbery do Couto e Silva foi um dos grandes articuladores do regime militar. Teve participação ativa na queda do ex-presidente João Goulart, em 1964, quando dirigia o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), criado por lideranças empresariais do Rio e São Paulo. Foi ministro-chefe do Gabinete Civil nos governos dos ex-presidentes Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo. Deixou o governo Figueiredo em 1981, três meses após a explosão de uma bomba no Riocentro, colocada por militares, durante um show organizado por opositores do regime.

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