PUBLICIDADE

Filho de Neguinho da Beija-Flor diz que bala perdida era de PMs

Por Agencia Estado
Atualização:

Baleado no fígado durante tiroteio na segunda-feira, o estudante de odontologia Luiz Fernando Feliciano Marcondes Jr., de 19 anos, acusou, nesta sexta-feira, policiais militares de serem os responsáveis pelo disparo. Filho do cantor Neguinho da Beija-Flor, o rapaz foi atingido por uma bala perdida quando caminhava na Rua do Bispo, em direção à Universidade Estácio de Sá, no Rio Comprido, na zona norte do Rio de Janeiro. O advogado Michel Assef entrou nesta sexta-feira com ação indenizatória contra o governo do Estado no valor de R$ 200 mil. A família pretende doar o dinheiro para uma instituição filantrópica. O tiroteio aconteceu por volta das 9 horas, quando policiais militares abordaram quatro ladrões que tentavam fugir em um Astra preto. ?Só vi a polícia atirando. Falta preparo. A rua estava cheia, foi sorte só eu ter sido acertado. Eles não pensam quando começam a atirar?, disse Marcondes Jr., que foi operado durante quatro horas na segunda e permaneceu até quarta no CTI do hospital Casa de Portugal, onde continuará internado até a semana que vem. ?Não guardo rancor, até porque não sei quem atirou. Mas é preciso haver mais atenção, mais cuidado na hora de agir. As pessoas terem medo da polícia é uma coisa incrível. A polícia é para proteger?, ponderou. Apesar de estar muito assustado, o estudante diz que não pretende abandonar as aulas na Estácio. ?Como vou ter medo? Isso acontece todo dia.? Ele diz que chegou a pensar em fugir quando o tiroteio começou, mas não houve tempo. ?Quando me virei de costas, senti o impacto e muita dor. Agradeço aos meus amigos, que me socorreram.? Preocupada com a violência, a mãe do estudante, Cláudia Marcondes, afirma que só não se muda do Rio porque não pode. ?Você cria um filho e acontece uma estupidez dessa... Não vou me conformar nunca. Sei que tenho que agradecer, porque meu filho está vivo. Tem muita mãe chorando porque perdeu o filho?, disse. Para ela, a polícia tem que ser reformulada. A Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que só o comando da PM poderia manifestar-se sobre o assunto. Procurado pela reportagem do Estado, o Serviço de Relações Públicas da Polícia Militar não deu informações sobre o caso.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.