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Filhos mais velhos de Staheli terão de prestar depoimento

Por Agencia Estado
Atualização:

Os dois filhos mais velhos do executivo americano Todd Staheli, assassinado no domingo, não poderão deixar o País antes de prestar depoimento à juíza Maria Angélica Guimarães Guerra Guedes, do 4º Tribunal do Júri. Ela marcou a audiência de antecipação das provas, em que ouvirá as crianças, de 10 e 13 anos, para amanhã, às 13 horas. O casal Turner, amigos da família chamados pelos garotos logo depois do crime, também vão depor. A juíza aceitou o pedido de antecipação feito pelo Ministério Público em caráter de urgência. O MP, por sua vez, foi acionado pelo delegado Marcos Henrique Alves, que investiga o caso. Segundo a promotora Mônica di Piero, coordenadora da 1ª Central de Inquéritos, Alves se deparou com diversas dificuldades para ouvir o casal e as crianças: havia o risco de eles viajarem para os Estados Unidos a qualquer momento, já que as crianças e o casal de amigos são americanos, e a dificuldade do idioma (eles não falam português e havia necessidade de um intérprete). ?Eles foram as primeiras testemunhas do crime, por isso os depoimentos são fundamentais?, disse a promotora. Mônica não confirmou, mas policiais afirmaram que chegaram a ser expulsos da casa dos Turner quando tentavam interrogá-los. Prevista pelo artigo 225 do Código de Processo Penal, a antecipação de provas é pedida sempre que há o perigo de se perder provas de um crime ? no caso, os depoimentos. Como os filhos de Todd Staheli são menores, eles serão acompanhados de um curador. Foi o menino de 10 anos que encontrou o pai agonizando e a mãe gravemente ferida na manhã de domingo. O garoto chamou a irmã mais velha, que retirou da cama o caçula, de três, que dormia junto aos pais mas nada sofreu, e telefonou para o casal Turner, mórmons como eles, pedindo ajuda. O casal, que também mora na Barra da Tijuca, num condomínio vizinho, chegou em dez minutos e chamou a polícia. Os americanos levaram os três e também o filho de 8 anos para a casa deles. Os investigadores querem saber se as crianças ou os Turner alteraram a cena do crime, mesmo sem intenção. A juíza Maria Angélica também deferiu o pedido do MP para quebrar o sigilo telefônico de vários telefones fixos e celulares não só da família Staheli, mas também de pessoas que freqüentam a casa. A promotora vai solicitar a conta reversa da residência (que mostra quem ligou para lá). Mônica di Piero negou que o Consulado Geral dos Estados Unidos tenham criado entraves à polícia, como havia declarado, há dois dias, o sub-chefe de Polícia Civil, José Renato Torres. Segundo ele, o relato da filha mais velha do casal no dia seguinte ao assassinato, considerado o mais importante de todos, não pôde ser assinado por pressão do consulado, que alegou que ela precisava estar assistida por um maior de idade. A promotora Mônica não quis fazer considerações sobre possíveis suspeitos para o crime. ?Numa análise técnica, seria açodado da minha parte afirmar que há algum suspeito?, afirmou. Mônica disse que acredita numa elucidação rápida para o crime, apesar de a investigação ser difícil, por causa da concentração de esforços da polícia, que trata este caso como prioridade máxima. Para ler mais sobre o crime na Barra da Tijuca: » Morte cerebral de Michelle Staheli é ?questão de tempo? » Situação de Michelle Staheli é ?extrema?, diz boletim » Polícia quer impedir que filha de executivo deixe o País » Mercado não acredita em ameaças ao executivo americano » Estado da mulher do executivo choca os parentes » Parentes do casal americano chegam ao Rio » Empresário americano podia estar sendo ameaçado

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