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Filial do Guggenheim vai onerar Prefeitura do Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

A filial carioca do Museu Guggenheim vai elevar as despesas anuais da Prefeitura do Rio em US$ 23,8 milhões nos primeiros cinco anos de funcionamento e ficará no vermelho nesse período, com um prejuízo entre US$ 8 milhões a US$ 12 milhões. O balanço consta da versão final do estudo de viabilidade do museu que a prefeitura publica nesta sexta-feira no Diário Oficial do Município. O estudo, encomendado pela Fundação Solomon Guggenheim a consultorias independentes, alerta que, "a fim de permitir a viabilidade econômica do museu, o déficit operacional terá que ser custeado pelo governo municipal do Rio, outras instituições governamentais, investidores privados ou contribuições de grandes companhias". O déficit pode ser considerado subvalorizado porque o cálculo de receitas foi feito com base em um pressuposto otimista: a análise das consultorias prevê que a filial carioca terá 910 mil visitantes por ano, a mesma média de outros museus da cadeia Guggenheim, o de Nova York, o de Berlim e o de Bilbao (Espanha). O estudo ressalta ainda um fator de risco para o museu, que é a falta de segurança da cidade. "Isto (a segurança) é especialmente sensível para uma atração nova, altamente visível, prevendo um grande número de turistas e incalculáveis obras de arte", diz o texto. E continua: "É claro que, pelo estudo de mercado, uma prioridade para os turistas seria a condução satisfatória da percepção deles de uma substancial segurança. Um plano de segurança para o pier precisa ser desenvolvido e aprovado". Nesta quinta-feira, o prefeito anunciou os custos e as datas prováveis da construção. O prefeito prevê, com base nos estudos da Fundação Guggenheim, que o museu custará aos cofres municipais entre R$ 435 milhões e R$ 460 milhões para ficar pronto. Segundo ele, a construção - que deverá demorar 30 meses - deverá começar no fim do primeiro semestre do ano que vem. Até o fim de janeiro, disse o prefeito, a própria Fundação Guggenheim deve anunciar o fim das negociações e a construção da filial Rio. A partir daí, ficam faltando a assinatura do contrato entre prefeitura e fundação e a realização de licitação para selecionar as empresas construtoras. O prefeito não comentou o prejuízo nos cinco primeiros anos de funcionamento do museu. Sobre os gastos de construção, Maia tem repetido que eles serão recompensados, já que o museu servirá de "âncora" para atrair investimentos da iniciativa privada. "Não há revitalização sem uma âncora. Isso já foi provado em outros países." Maia falou ainda sobre outros dois projetos da Prefeitura: o da construção de um novo centro de convenções na região central do Rio e de um teatro para música erudita na Barra da Tijuca, zona sul. O segundo, chamado de Cidade da Música, terá a função de permitir que a cidade receba grandes orquestras, já que o Teatro Municipal não tem estrutura para abrigar grandes apresentações. O teatro, com custo estimado em cerca de R$ 80 milhões, tem previsão para ficar pronto em outubro de 2004 e terá duas salas com capacidade para 2.600 pessoas.

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