Fim da Guarda Municipal à noite cria polêmica no Rio

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O superintendente da Guarda Municipal do Rio, major Carlos Antunes, e o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Josias Quintal, reduziram hoje a divergência quanto à retirada de guardas das ruas após as 22 horas e sua substituição por policiais militares - anunciada pelo major como medida de prevenção aos ataques de bandidos, dos quais os postos da GM têm sido alvos constantes. No último fim de semana, Antunes afirmara que, por não usar armas, os guardas ficam desprotegidos ao atuar à noite, mas hoje ele disse que a redução de agentes está sendo feita em apenas duas áreas da cidade, a praia de Copacabana e a Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio. "No mundo todo, o policiamento noturno desarmado, a pé, é mínimo. Isso é um padrão", informou hoje o superintendente, após reunião a portas fechadas com o secretário. Sem confirmar que a decisão foi motivada pela violência, Antunes explicou que os guardas que atuavam à noite em Copacabana e na Lagoa foram remanejados para o período diurno. Os batalhões da PM nesses locais receberam rádios da GM, para que haja intercâmbio de informações. Há previsão de extensão da prática a bairros das zonas oeste, sul e norte do Rio. A maior parte do efetivo dos cerca de 5 mil guardas atuará das 7 às 22 horas - horário em que se concentram 90% das ocorrências nas quais a guarda atua, segundo o superintendente. Quintal, que no fim de semana declarou que "não caberia na cabeça do cidadão que a Guarda se recolheria após as 22 horas", reiterou hoje que "a Guarda deve defender o patrimônio municipal 24 horas por dia". O secretário ressalvou que "cabe ao seu comando decidir como racionalizar o emprego do efetivo". O uso de armamento pela GM também causa divergências entre o comando da Guarda e da Secretaria de Segurança Pública. Enquanto o superintendente da GM é contra o uso de armas pelos guardas, o secretário Josias Quintal defende a prática - que é proibida pela Lei Orgânica do Município. Quintal acredita que o armamento da GM seria uma forma de os agentes se protegerem da ação dos bandidos, uma vez que agentes têm sido alvos freqüentes de criminosos. "Defendo o uso de armas em razão de minha experiência. Se temos seguranças de empresas privadas armados, por que não armar a guarda?", indagou Quintal. O secretário ressalvou que, para tal, é preciso que o efetivo seja qualificado, "porque o uso indevido da arma pode ser trágico". "A iniciativa deve partir do município, que tem de ter a opinião respeitada", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.