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Fiocruz cria grupo para tratar da gripe avícola

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Buss, assinou hoje uma portaria criando um grupo de trabalho sobre a gripe do frango. Além de discutir os efeitos da doença no mundo e no Brasil, os participantes vão elaborar um conjunto de medidas necessárias para evitar que ela chegue ao país. As reuniões devem ser iniciadas ainda este mês. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que, desde o início de dezembro do ano passado, quando foi registrada na Coréia, a gripe do frango provocou o sacrifício de 80 milhões de aves e contaminou também humanos, causando a morte de 20 pessoas na Ásia. Segundo Buss, embora o Brasil tenha um controle sanitário animal de qualidade, é preciso reforçar a proteção contra a doença. ?Vimos o que aconteceu com os Estados Unidos?, lembrou ele, em referência à entrada do vírus causador da doença em território americano. Apesar do reconhecido rigor de sua barreira sanitária, a gripe aviária foi detectada, há nove dias, em um grupo de 72 mil frangos em Delaware, no leste dos Estados Unidos. O trabalho do grupo estruturado ontem, formado por um virologista, um epidemiologista, dois clínicos, um representante do Ministério da Agricultura e outro da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vai ser coordenado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo da Fiocruz. Unidade de referência para a área no país, é também integrante da rede de vigilância em influenza da Organização Mundial de Saúde (OMS). ?Os pesquisadores da Fiocruz e os convidados vão se reunir para recomendar atividades que têm de ser feitas para evitar a entrada da gripe aviária como também da contaminação em humanos. Eles vão traçar medidas que devem ser implementadas aqui e nas instituições que se interessarem para buscar respostas para esse problema?, explicou Buss. Além das futuras ações de proteção, observou o presidente da Fiocruz, o Brasil já conta com características que dificultam a entrada da doença. Por exemplo, a existência de apenas uma rota de aves selvagens no país. ?Nos países asiáticos, e, principalmente, próximo de Hong Kong, há um lugar de cruzamento de muitas aves, que favorece a circulação de parasitas e do vírus da gripe. Aqui não, há apenas a rota das aves dos Estados Unidos que vão para o Sul da Patagônia e passam pelo Brasil?.

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