
11 de setembro de 2010 | 00h00
Mesmo assim, na quarta-feira, a Receita divulgou nota à imprensa em que negava a violação do sigilo fiscal do genro do candidato. "No caso do contribuinte Alexandre Bourgeois houve acesso apenas aos seus dados cadastrais e não quebra de seu sigilo fiscal", disse. A nota tentou minimizar a revelação do portal estadão.com.br de que os dados de Alexandre haviam sido violados na agência de Mauá em 16 de outubro de 2009.
O ofício assinado ontem por Heloísa de Castro, delegada da Receita em Santo André, comprova que a Receita já sabia da procuração. No ofício, Heloísa informa à corregedoria que entregou o documento na segunda-feira, dia 6, à Polícia Federal. Não é a primeira vez que a Receita esconde informações. No dia 2, o Estado revelou que o órgão omitiu que era falsa a procuração usada para violar o sigilo de Verônica.
A procuração em nome de Bourgeois foi usada por Atella para retirar as declarações de renda de 2005 a 2009 do empresário. Os papéis mostram que, às 11 horas de ontem, a comissão da corregedoria pediu para a delegacia de Santo André verificar se houve algum pedido de cópia de declarações de renda em nome do genro de Serra. A resposta chegou em seguida: o órgão sabia da violação desde segunda-feira e havia repassado a informação ao delegado Kleber Massayoshi Isshiki, da Polícia Federal.
Isshiki pediu a Heloísa de Castro as requisições usadas por Atella entre setembro e novembro de 2009. Apesar de o contador afirmar que trabalhava com lotes diários, a Receita entregou à PF apenas três requisições: a de Bourgeois e de outras duas pessoas, Wilson Luiz Moll e José Gomes Graciosa, que, aparentemente, não têm ligações com o PSDB. E deixou de fora a procuração de Verônica.
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