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Foco de esquistossomose persiste há 6 anos em Campinas

Por Agencia Estado
Atualização:

Um estudo feito pelo Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, apontou que um foco de esquistossomose na lagoa da Fazenda Boa União, no bairro São Domingos, contaminou 517 pessoas entre 1997 e 2003. Em 2002 foram registrados 135 novos casos, e no ano passado, 132. O fato de a contaminação manter-se constante é preocupante, conforme o médico e professor do Instituto de Biologia Luiz Augusto Magalhães. Ele enfatizou que o problema se arrasta há vários anos. ?É extremamente grave a existência, ainda, de focos de esquistossomose na região?, alegou. Ele apontou que pode haver vários casos não comunicados às autoridades sanitárias, o que torna o problema ainda maior. De acordo com pesquisa feita pelo professor, foram registrados no bairro oito casos de paraplegia (paralisia dos membros inferiores), provocadas pelo Schistosoma mansoni. Dos oito casos, dois pacientes não apresentaram seqüelas, três têm dificuldades para andar e três utilizam cadeiras de roda. Perto de 32 mil moradores estão expostos à contaminação. Apenas no São Domingos, 7% da população tem a doença. O médico apontou que não existe atualmente um trabalho de controle dos hospedeiros da esquistossomose, ?como normalmente se faz com a dengue?.De acordo com ele, é muito difícil matar o hospedeiro intermediário, que é o caramujo. A prevenção depende, basicamente, de orientação à população sobre a transmissão da doença. A contaminação ocorre por meio das larvas liberadas pelos moluscos infectados, que penetram ativamente na pele e iniciam um ciclo que se completa em veias do abdômen. Pode-se contrair a doença em pequenos lagos e riachos onde existem caramujos parasitados com o Schistosoma mansoni. Na fase aguda, o doente tem febre, falta de apetite, tosse, dor de cabeça, suor intenso, enjôo e diarréia.

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