Força Nacional de Segurança chega às divisas do RJ

Soldados vão patrulhar fronteiras para impedir entrada de drogas e armas

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Força Nacional de Segurança está na divisa do Estado do Rio de Janeiro, com cerca de 200 integrantes, e começaria a patrulhar as estradas na tarde deste sábado para evitar a entrada de drogas, armas, cargas roubadas e contrabando. A tropa foi deslocada na tarde de sexta-feira para quatro bases em cidades do interior, localizadas no Noroeste e na região do Médio Paraíba. A previsão era de que a atuação começasse na tarde de sexta-feira, mas a operação não foi possível pois detalhes operacionais precisavam ser acertados. Um grupo de 40 militares ficará concentrado em um trecho da Via Dutra próximo à cidade de Barra Mansa. A Dutra é uma das principais rodovias usadas por traficantes para trazer cargas de entorpecentes ao Rio, segundo a polícia. Alguns dos policiais se mostraram ansiosos para dar início aos trabalhos. "A gente está treinando há muito tempo, queremos entrar em ação", contou um sargento do Amazonas, que revelou somente a patente porque não estava autorizado a dar entrevista. Esta é sua segunda missão como membro da Força. A primeira foi no Espírito Santo, em 2004 - ano de criação do grupo. "Foi bastante tranqüilo", lembrou. "O bom de estar na Força é a troca de informação entre os colegas dos outros Estados, a integração, a amizade. Estamos juntos porque temos o espírito de servir à sociedade. Não ganhamos gratificação, somente uma ajuda para cobrir os custos." Em sua primeira ação pela Força, um tenente de Alagoas disse que se sente preparado para qualquer tipo de intervenção, seja numa estrada, seja numa favela do Rio. "Criminoso é criminoso, em qualquer lugar. Em Maceió, também tem favela, traficante. A diferença é que no Rio eles são mais bem armados", disse. "Medo a gente sempre tem, mas somos preparados para o trabalho." O tenente sente o peso da responsabilidade de integrar uma tropa arregimentada para ajudar as polícias estaduais em situações de crise. "Mas não somos salvadores da pátria", frisou. Em Barra Mansa, a Força Nacional está hospedada no Hotel São Paulo, que destinou aos militares um terço de seus quartos. A reserva inicial é para um período de dois meses. Os custos (a diária do quarto para duas pessoas sai a R$ 46 e para três, R$ 63; refeições não estão incluídas) ficam por conta da prefeitura, disse o proprietário, Rodrigo Costa de Souza, orgulhoso por receber hóspedes tão pouco usuais. "É uma honra. Isso vai ficar para a história do hotel", disse. Na manhã deste sábado, a tropa fez exercícios físicos e ficou aguardando instruções para entrar em ação. Alguns integrantes aproveitaram para guardar as energias para o que viria pela frente; outros passaram a ferro a farda, tendo a cama como apoio. Na porta do hotel, por volta das 10 horas, militares gaúchos tomavam chimarrão enquanto conversavam. Estratégia A Força Nacional se concentrará em 19 pontos estratégicos do Estado - revistará veículos, checará informações obtidas pela inteligência da polícia do Rio acerca de suspeitos e dará segurança para fiscais da Receita Federal, que irão vistoriar documentos relativos a cargas transportadas. Na Dutra, um dos principais pontos fica no quilômetro 301, na altura da cidade de Itatiaia. Um grupo foi destacado para o posto da Polícia Rodoviária Federal na localidade de Penedo. O trabalho seria vistoriado à tarde pessoalmente pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, o subsecretário operacional, Roberto Sá, e o comandante da PM, coronel Ubiratan Ângelo. A PM, assim como a Polícia Rodoviária Federal, a Receita Federal e uma série de órgãos estaduais, também participa da operação Divisa Integrada, com 450 homens. Eles se dividem em 42 pontos mapeados pela secretaria, próximos àqueles cobertos pela Força. Além de Barra Mansa, a tropa, vinda de todo o País há uma semana, estava baseada em outros três municípios do interior: Paraíba do Sul, no Médio Paraíba, Miracema e Bom Jesus do Itabapoana, no Noroeste do Estado. A operação não tem data para terminar. Um contingente de 200 militares continua no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da PM, na capital, e pode ser empregado se houver necessidade - nas estradas ou nas ruas e favelas do Rio.

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