Força Nacional desarma detentos do Presídio de Campo Grande

Força Nacional tomou presídio pela manhã e, durante a revista, recolheu mais de 200 armas de fabricação artesanal, uma corda usada para fugas e 46 celulares

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de tomar o Presídio Estadual de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a Força Nacional de Segurança Pública desarmou os detentos rebelados há três semanas e restabeleceu a ordem. Durante a revista, foram recolhidas mais de 200 armas de fabricação artesanal, uma corda do tipo tereza, usada para fugas e 46 celulares, a maior parte usada por líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que comandavam suas atividades criminosas de dentro do presídio. Retirados das celas e levados nus ao pátio, os detentos passaram por uma rígida recontagem. Depois da rebelião de maio, o Estado perdeu o controle da situação e não sabia se havia fugitivos, o número exato de presos, ou mesmo a identidade correta deles. A recontagem foi feita com o auxílio de seis papiloscopistas (especialistas em digitais) da Polícia Federal, que estrearam um equipamento francês que permite a identificação precisa de indivíduos e sua inclusão num banco de dados digital para consulta on line em qualquer parte do País. Durante as rebeliões de maio em São Paulo, orquestradas pelo PCC, o presídio de Campo Grande foi um dos primeiros a aderir e as instalações do presídio foram quase que totalmente destruídas, inclusive as de água, energia e esgoto. Por causa do entupimento no sistema sanitário, muitos presos estavam jogando as fezes pelas grades nas celas. Mesmo com o fim da rebelião, o controle do presídio ficou frágil. Os agentes penitenciários se recusavam a exercer suas tarefas e os trabalhos de reconstrução estavam paralisados por absoluta falta de segurança. As visitas foram suspensas e, além do bloqueio de celulares feito dentro e em volta do presídio, o governo estadual mandou retirar os 13 telefones públicos que existiam em pontos estratégicos dentro da penitenciária, além de televisores, rádios e outras regalias. Ocupação Cerca de 200 homens da Força, apoiados por policiais militares, fizeram a ocupação do presídio, que começou por volta das 7 horas e abrangeu todo o pavilhão 2. A operação, que envolve desarmamento, busca e apreensão de equipamentos ilegais, além do restabelecimento da ordem, continuará nesta quarta-feira, 7, no pavilhão 1, o mais perigoso e deve se estender até quinta-feira, pelo menos. Dias atrás, a Secretaria de Segurança Pública do Estado transferiu 50 líderes do PCC para o presídio do município de Naviraí, a fim de desarticular o comando criminoso. Mas, o PCC escolheu os substitutos e lhes enviou celulares. Com o corte de sinal de celular e das regalias, entre as quais visitas íntimas e televisores em véspera de Copa do Mundo, a situação voltou a ficar tensa, com o risco de novas rebeliões. Eliminar comando do PCC O objetivo da Força Nacional, que não tem data para deixar a cidade, é eliminar a cadeia de comando do PCC. A vinda da Força foi pedida pelo governador Zeca do PT ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que veio a Campo Grande na semana passada assinar convênios e liberar recursos para fortalecer a segurança pública do Estado, um dos mais atingidos pela expansão do crime organizado no País.

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