11 de fevereiro de 2017 | 13h13
VITÓRIA - O ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), afirmou neste sábado, 11, que as tropas das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança permanecerão no Espírito Santo “o tempo que for necessário”. Ele disse que o número total de soldados e agentes no Estado já somam 3.130 homens, número suficiente para garantir o policiamento nas ruas.
“Eu estive aqui em Vitória na segunda-feira [dia 6] e parecia uma cidade fantasma. Hoje fizemos o mesmo trajeto e vimos uma cidade que está voltando a sua normalidade”, declarou Jungmann, em pronunciamento no 38.º Batalhão de Infantaria. “Se ainda não resgatamos a plena normalidade, estamos a caminho disso.”
No total, são 2.830 soldados das Forças Armadas e 300 agentes da Força Nacional de Segurança atuando na Grande Vitória. “Hoje podemos dizer que temos um policiamento maior do que em dias normais”, afirmou o ministro. O patrulhamento é feito com o auxílio de 180 veículos, sete blindados e três helicópteros.
Ainda de acordo com Jungmann, por decisão da associação comercial o comércio de Vitória deverá reabrir normalmente no Centro da cidade a partir de segunda-feira, 13. O policiamento será reforçado próximo a escolas e unidades de saúde. O transporte coletivo já está funcionando, mas com frota reduzida.
ENTENDA A CRISE NO ESPÍRITO SANTO
Familiares e amigos de policiais militares no Espírito Santo começaram, na noite de sexta-feira, 3, a fazer manifestações impedindo a saída das viaturas para as ruas e afetando a segurança dos municípios. Sem reajuste há quatro anos, os PMs reivindicam aumento salarial e melhores condições de trabalho.
O motim dos policiais levou a uma onda de homicídios e ataques a lojas. Com medo, a população passou a evitar sair de casa e donos de estabelecimentos fecharam as portas. Os capixabas já estocam comida.
Na segunda-feira, 6, a prefeitura de Vitória suspendeu o funcionamento das escolas municipais e de unidades de saúde.
Também na segunda, o governo federal autorizou o envio da Força Nacional e das Forças Armadas para reforçar o policiamento nas ruas de cidades do Espírito Santo. Apesar do reforço, o clima de tensão se manteve no Estado.
A morte de um policial civil na noite de terça-feira, 7, motivou uma paralisação da categoria na quarta, agravando ainda mais a crise de segurança no Espírito Santo.
Após o fracasso nas negociações com policiais militares do Espírito Santo, o governo capixaba decidiu endurecer com os PMs e com as mulheres líderes do motim. No total, 703 policiais militares já foram indiciados por crime de revolta.
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