Fornecedora de quentinha de Bangu é metralhada - a comida é ruim

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Por Agencia Estado
Atualização:

O prédio da distribuidora Panflor, que fornece quentinhas para três unidades do Complexo Penitenciário de Bangu, foi metralhado na noite desta terça-feira por traficantes. O ataque teria sido motivado pela insatisfação dos presos com a alimentação. Eles deixaram na porta da empresa dois cartazes reclamando da comida. Ninguém ficou ferido. Os cartazes tinham o mesmo texto: ?Alimentação digna é direito do preso, está na Constituição. Se liga. É só um aviso?. Um deles tinha a assinatura ?CVRL? (Comando Vermelho Rogério Lemgruber, alusão a um dos fundadores da facção criminosa) e a inscrição ?PJL? (Paz, Justiça e Liberdade) e no outro estava escrito ?PCC? (Primeiro Comando da Capital) e ?CV? (Comando Vermelho). O ataque ocorreu por volta das 22 horas. De acordo com testemunhas, bandidos dispararam de um carro, que parou na esquina da Rua Marialva, no bairro Higienópolis, na zona norte da cidade, onde fica a Panflor. A polícia chegou pouco depois, mas ninguém foi preso. Três funcionários prestaram depoimento e disseram que não viram os criminosos e que apenas escutaram os tiros. O delegado Walter Oliveira, da delegacia de Bonsucesso, disse que os cartazes deixados são um ponto de partida para as investigações. Segundo ele, o objetivo dos bandidos não foi ferir ninguém, apenas implantar o terror. Policiais civis realizaram operações em favelas próximas, mas não prenderam ninguém. A Panflor distribui diariamente 3,2 mil quentinhas para Bangu 1, Bangu 5 e a penitenciária Vicente Piragibe. Está entre dez empresas que abastecem o complexo de Bangu, segundo o Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe). O órgão não comentou o episódio. Reclamações quanto à comida são uma constante no sistema prisional do Rio. Na última rebelião no complexo de Bangu, na Casa de Custódia Jorge Santana, no último dia 23, os presos disseram que a comida é servida azeda e, quando é trocada, só chega horas depois. Já houve casos também de presos que disseram ter recebido quentinhas com baratas.

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