Franca investiga tráfico internacional de drogas

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Por Agencia Estado
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Policiais da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) de Franca, a 400 quilômetros de São Paulo, começaram a ouvir supostos envolvidos no tráfico internacional de drogas. Hoje, Ismael Sampaio, de 23 anos, prestou depoimento e teria inicialmente negado e depois confessado ter levado 780 gramas de cocaína para Madri, na Espanha, em março. Outras oito pessoas serão ouvidas na próxima semana. No domingo à noite, a polícia prendeu mãe e filho, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, quando tentavam embarcar com quase 1,4 quilos de cocaína no estômago para a Holanda. "Nosso objetivo, ouvindo essas pessoas, é desmantelar essa quadrilha e, se possível, descobrir ligações com outras facções", disse o delegado da Dise, João Walter Tostes Garcia. Segundo ele, cerca de 50 pessoas de Franca estão presas ou condenadas no exterior por tráfico internacional. A dificuldade, porém, é descobrir quem são os recrutados - aqueles que são contratados para levar a droga para fora do Brasil - que, além do risco de prisão, podem morrer, caso uma cápsula de cocaína se rompa no estômago e não ocorra um socorro imediato. "As cápsulas são frágeis, feitas artesanalmente de partes dos dedos de luvas cirúrgicas, durex e fita isolante", explica o delegado. "O risco é muito grande." Com medo Ismael Sampaio teria aceitado o serviço para ganhar R$ 5 mil. No entanto, recebeu US$ 1,2 mil, cerca de R$ 3 mil. Apesar da quantia inferior, não revelou nomes à polícia. Está com medo. Primeiro disse que tinha ido a Madri a passeio. Diante das provas da polícia, revelou ter levado 78 cápsulas de cocaína em seu estômago. Álvaro Augusto de Figueiredo, de 22 anos, foi ouvido ontem. Ele disse que trouxe da Holanda US$ 70 mil, dentro de um álbum de fotografias, e entregou a dois nigerianos em São Paulo. Garcia não acredita que seja apenas isso. "Acho que ele transportou droga, sim." O delegado vai pedir a prisão preventiva de todos os suspeitos da cidade envolvidos no tráfico internacional. A partir de uma denúncia, no domingo à noite, Maria Marta de Freitas, de 42 anos, e seu filho Luís Gustavo de Freitas Castro, de 18, foram presos em flagrante no aeroporto internacional de São Paulo. "Isso só foi possível porque conhecíamos o Luís Gustavo, que teve várias passagens pela polícia quando era menor", afirma o delegado. No dia seguinte, o barbeiro José Joaquim de Matos, de 38 anos, que financiava os passaportes, e Marta Aparecida de Souza, de 29, que bancava o transporte dos recrutados, foram presos.

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