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Freud se reúne com assessor de Lula em São Paulo

Rogério Aurélio Pimentel acompanha presidente desde a época de sindicalista no ABC e tem sala próxima de seu gabinete

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-assessor da Presidência Freud Godoy esteve reunido por quase três horas na quarta-feira, em São Paulo, com Rogério Aurélio Pimentel, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que ocupa uma sala a poucos metros do gabinete presidencial no Palácio do Planalto, segundo apurou o Estado. Freud foi exonerado do cargo após ter seu nome envolvido no escândalo da compra do dossiê Vedoin, com denúncias contra candidatos do PSDB. Aurélio - um nome desconhecido até então, mas que acompanha Lula desde a época de sindicalista no ABC - ocupa na Secretaria Particular da Presidência o mesmo cargo e tem as mesmas funções de Freud. Homens de confiança do presidente, ambos dividiam sala no Planalto. É um mistério o assunto do encontro entre Freud e o assessor especial de Lula, um mês após o estouro do escândalo do dossiê e em meio a especulações de que seu nome teria sido preservado pela Polícia Federal nas investigações para que o caso não atingisse o presidente da República. O advogado de Freud, Augusto Botelho, informou ao Estado que seu cliente não teve uma reunião, mas um almoço com um antigo amigo de trabalho. ?Eles não discutiram nada relacionado a trabalho nem ao caso (do dossiê)?, disse. Segundo ele, Freud ainda foi buscar na casa de Aurélio uma planta que estava grande para seu apartamento. Na quarta e na quinta, o Estado procurou por Aurélio na Presidência, mas foi informado por uma funcionária que ele estava viajando. A assessoria de imprensa também não respondeu às ligações. O encontro Freud chegou por volta do meio-dia, vestindo moletom, e foi recebido por Aurélio, que o aguardava na portaria do prédio. Os dois subiram até o apartamento 183, do bloco B, onde mora Aurélio. Ele deixou o edifício por volta das 15 horas e, de fato, carregava uma planta em um vaso. O local do encontro foi o edifício Torres da Mooca, na Rua Marina Crespi. Dois andares acima mora outro homem muito próximo do presidente Lula: José Carlos Espinoza. Ex-chefe do gabinete regional da Presidência em São Paulo, Espinoza é desde o início da campanha o responsável pela agenda de candidato de Lula em seu comitê paulista. Foi no apartamento de Espinoza, no 203 B do Torres da Mooca, que ele, Freud e o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, tiveram um encontro há um mês (dia 19) - logo após Freud prestar depoimento espontâneo na Polícia Federal de São Paulo. A revista Veja, em sua última edição, informou que Freud e Espinoza chegaram a ter uma reunião no dia 18 ou dia 19 na superintendência da PF em São Paulo com o preso Gedimar Pereira Passos - um dos homens detidos com o R$ 1,75 milhão que seria usado para a compra do dossiê. Tanto a PF, como os demais personagens negaram o encontro. A estratégia que envolveria Freud e Espinoza consistiria na montagem de uma ?operação abafa? para que o nome do ex-assessor de Lula fosse excluído das investigações, a fim de descolar o nome do presidente do caso. Não há provas disso. O que há é a certeza de que Freud, mesmo depois de exonerado, manteve contatos com os homens de Lula que atuam tanto na campanha como na Presidência. O suposto envolvimento de Freud com a compra do dossiê veio à tona com o depoimento de Gedimar à PF. Ele afirmou que partiu do ex-assessor a ordem para a operação em que seria comprado o dossiê Vedoin. Posteriormente, Gedimar negou, em defesa encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral, a participação do ex-assessor de Lula.

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