Fuga em Bauru: PM recaptura 21 detentos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Até o final da tarde de hoje, 21 dos 89 fugitivos da Cadeia Pública de Bauru foram recapturados, e a operação pente-fino continua dando prioridade aos bairros da cidade onde mora a maioria das famílias dos presos. A operação envolveu 31 viaturas e um helicóptero vindo de São Paulo. A fuga aconteceu na madrugada de hoje, e envolveu mais da metade dos presos, que ao total somavam 161. Durante a madrugada, quatro homens armados com pistolas automáticas invadiram a carceragem e renderam um carcereiro e um agente policial que trabalhavam na guarda do prédio. O delegado Jader Biazon disse que o objetivo dos invasores era resgatar três integrantes de uma quadrilha que no dia 31 de julho tentou roubar um depósito de medicamentos da cidade e foi presa em flagrante. Um dos integrantes da quadrilha recusou-se a fugir, outro foi recapturado ainda pela manhã em Tatuí e o terceiro conseguiu fugir. Construída nos anos 50, a Cadeia Pública de Bauru é hoje um problema para a cidade. Tem apenas 72 vagas pelos padrões da época de sua construção, e só 35 se for levado em consideração o padrão de metragem atualmente estabelecido pela ONU. A superlotação tem sido causa de constantes fugas e rebeliões. No começo dos anos 80, os presos destruíram a parte interna do prédio, já protestando contra a superlotação. Sua interdição foi mantida por alguns anos, mas depois as autoridades voltaram a utilizá-lo como presídio e o problema voltou a ocorrer. Já foram registrados casos de fugas onde os presos seqüestraram vizinhos e roubaram seus veículos. A superlotação já foi alvo até de uma portaria do juiz Evandro Kato, das Execuções Criminais, que limitou a 108 o número máximo de detentos para o prédio. A ordem é do mês de julho mas até agora não foi cumprida. As condições de funcionamento da cadeia também foram objeto de ações da Ordem dos Advogados do Brasil e da Câmara Municipal. Depois que a vigilância sanitária concluiu que o prédio é insalubre. A OAB e a Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal pediram a imediata transferência dos presos para outros estabelecimentos, mas não foram atendidas.

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