''Fumei metade do que de costume''

Por causa da regra, Zilda Pereira reduziu nº de cigarros de 8 para 4

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Por Redação
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Desde que ela matou a curiosidade de saber como era "soltar fumaça pela boca", aos 16 anos, o cigarro entrou para sua vida. Hoje, aos 40, Zilda Pereira dos Santos sempre fuma oito por dia. Corrigindo, fumava. "Agora, com todas essas mudanças no trabalho, vou ter de diminuir o número", previa antes de o dia começar. Zilda trabalha como supervisora da equipe de limpeza e, por ironia, o cigarro que fuma é justamente o que dá mais trabalho para o seu grupo. São os cinzeiros que precisam ser trocados, o chão do fumódromo que deve ser varrido constantemente e os olhos sempre atentos a alguma bituca "esquecida" nos corredores. Por isso, ontem, primeiro dia de cigarro banido no Conjunto Nacional, a sensação foi de menos serviço. "Melhorou 90%", dizia, sobre as tarefas. Mas toda vez que pensava em cigarro, vinha uma "comichão" na barriga. O dia passou e o café foi evitado, "tudo para não lembrar de fumar". Zilda por só três vezes bebericou o seu cafezinho. Foi o quando precisou ir até a calçada da Paulista fumar seu cigarrinho. Ela não reclamou. Até vestia a camisa com a inscrição "ambiente 100% livre de tabaco". Quando a jornada terminou, às 15h, começou a fazer um balanço sobre a estreia das mudanças no Conjunto Nacional. No caminho de volta até o Jaçanã, na zona norte, enquanto fumava o quarto cigarro do dia, Zilda concluía seu pensamento. "Fumei a metade do que costumo fumar. O serviço melhorou. Então, acho que, no fim das contas, é positivo", disse a si mesma. "Ainda assim, não nego que vai ser difícil. Vou ter de deixar o cigarro fora da bolsa para nem pensar em fumar." F.A.

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