PUBLICIDADE

Funcionário diz que avião pagador iria para Sorocaba

Por Agencia Estado
Atualização:

Um avião pagador com mais de R$ 20 milhões deveria mesmo pousar no aeroporto de Sorocaba por volta das 8 horas de ontem. Era para lá que dirigiam os 15 assaltantes interceptados pela Polícia Militar na rodovia de acesso à cidade. Pelo menos é o que afirma o funcionário de uma oficina de manutenção de aeronaves. Segundo ele, o piloto de um avião bimotor que decolara por volta das 7 horas do aeroporto de Congonhas, na capital paulista, havia informado a chegada a Sorocaba nesse horário. Ele deixaria a carga em uma empresa de transporte de valores situada ao lado aeroporto e passaria pela oficina para uma revisão de rotina. O funcionário, que pediu para não ser identificado, disse que o avião não deu entrada na oficina, não tendo certeza se aterrissou ou mudou o plano de vôo. O Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), órgão do governo que administra o aeroporto, negou a chegada do avião com valores. A empresa negou-se a dar informações. Um piloto, que também pediu para não ser identificado, contou como são feitas, no aeroporto de Sorocaba, as operações de transporte de valores. Segundo ele, grande parte do dinheiro usado pelos bancos e indústrias da cidade passa pela pista de pouso. Os vôos, em sua maioria, são procedentes do aeroporto de Congonhas, na capital. O transporte via aéreo é considerado mais seguro. Os bancos são os principais usuários do serviço, remetendo grande quantidade de dinheiro vivo para as matrizes, na Capital. Ele contou que os aviões bimotores, como o Seneca e o Navajo, que voam a mais de 300 quilômetros por hora, são os mais usados. No aeroporto de Sorocaba, o avião é recebido por dois ou três carros-fortes, mas apenas um leva a carga para o banco. Os aviões que transportam valores têm preferência de pouso no aeroporto de Congonhas. Nos horários de pico, a torre de controle abre um ?slop?, ou ?fresta?, para um pouso rápido. Ao decolar, nem o piloto sabe o destino da aeronave. Ele recebe um envelope fechado com os nomes de várias cidades e, na frente, uma senha com três letras. Quando o avião está decolando com a carga em segurança, o piloto recebe pelo rádio a ordem de abrir o envelope e é feita a leitura da senha correspondente à cidade de destino. O presidente regional do Sindicato dos Hangares do Estado de São Paulo, Paulo de Oliveira, confirmou o uso regular do aeroporto para transportes de valores.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.