Funcionário dos EUA é suspeito de abuso

Agente da imigração dos EUA teria feito sexo com menino de 12 anos, em Copacabana

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Por Pedro Dantas
Atualização:

Agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) buscam um funcionário do Serviço de Imigração e Naturalização dos Estados Unidos (Homeland Security), Michael Joseph Clifford, acusado de pedofilia. Ontem, na Operação Castelo de Areia, a polícia prendeu Ivan Carlos Souza Santos, de 41 anos, e José Marcílio Barros, de 24, que teriam agenciado um menino de rua de 12 anos para se prostituir para o estrangeiro. O delegado-titular da DPCA, Deoclécio de Assis, disse que emitiu alerta para todos os aeroportos e enviou ofício ao consulado americano, mas admitiu que Clifford já deve ter deixado o País. As investigações duraram um mês. Investigadores da DPCA filmaram a ação dos aliciadores e flagraram, em 15 de março, a entrada do menor em um hotel da orla de Copacabana, às 3 horas, logo após Santos cruzar o saguão. As imagens do circuito interno do hotel mostram que a criança deixou o hotel sozinha, seis horas depois. À noite, no mesmo dia, imagens mostram Santos discutindo com o americano no saguão do hotel. Os policiais acreditam que ele tentou chantagear Clifford, após saber que o americano tirou fotos eróticas do menino. O programa teria custado cerca de R$ 200 ao estrangeiro. Clifford deixou o hotel horas depois. Santos teria confessado a Flávio Vieira, segurança do hotel, que cobrava uma dívida do americano, referente ao programa. Barros e o comparsa tentaram entrar com a criança no hotel, à procura do estrangeiro, no dia seguinte, sem sucesso. Foram impedidos por Vieira, a quem o menino confirmou ter sido fotografado nu e ter feito sexo com Clifford. De acordo com as investigações, o americano vinha com freqüência ao País, para entregar brasileiros deportados à Polícia Federal. A DPCA investiga se o estrangeiro e a dupla de brasileiros aliciavam menores com freqüência. "Acreditamos que, após a divulgação da prisão deles, novos casos vão aparecer", afirmou Assis. Os acusados estão indiciados por atentado violento ao pudor e exploração sexual de menores. A pena pode chegar a 15 anos de prisão. O consulado americano no Rio informou que só se pronunciaria após receber a notificação oficial da polícia. Os dois brasileiros foram detidos nas areias da Praia de Copacabana, na manhã de ontem. Santos era conhecido por turistas e moradores pelas esculturas, feitas na areia por ele e por Barros, de mulheres seminuas com biquíni fio-dental. A dupla atuava no trecho na frente da Rua Miguel Lemos. A região é um conhecido ponto de prostituição da orla carioca. No entanto, Santos era foragido da Justiça da Bahia, onde foi condenado por tráfico de drogas e roubo.

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