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Funcionários de transportadora em BH serão investigados por roubo milionário

Embraforte foi palco de roubo de pelo menos R$ 45 milhões no último fim de semana - o maior já registrado em Minas

Por Marcelo Portela
Atualização:

BELO HORIZONTE - Quase cem funcionários da transportadora de valores Embraforte, na capital mineira, terão suas vidas investigadas pela Polícia Civil mineira. A empresa foi palco de um roubo de pelo menos R$ 45 milhões no último fim de semana - o maior já registrado em Minas - e os responsáveis pela apuração do caso não têm dúvidas de que houve a participação de funcionários ou ex-empregados no crime. Entre as pessoas que serão investigadas estão vigilantes, equipes que trabalham nos carros-fortes e pessoal administrativo.

 

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O objetivo, segundo o chefe do Departamento de Investigações de Crimes contra o Patrimônio, delegado Islande Batista, é descobrir como a quadrilha, composta por cerca de 20 criminosos, conseguiu as informações detalhadas sobre o funcionamento da empresa, como datas de recolhimento e transporte de valores, além da rotina de pessoas que trabalham no local.

 

Entre a noite de sexta-feira, 3, e a madrugada de sábado, três funcionários e seis familiares, incluindo uma criança de sete anos, foram feitos reféns e levados para um sítio em Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital. Em uma mata próxima ao local, foram encontradas três CPUs e um radiocomunicador que o chefe de segurança da Embraforte confirmou serem da empresa.

 

As CPUs estavam ligadas ao sistema de monitoramento da companhia e o material começou a ser periciado hoje. Mas, de acordo com Batista, os criminosos tiveram o cuidado de remover os discos rígidos, onde estavam armazenadas as imagens do circuito interno de TV. "A quadrilha é muito bem preparada. Esperamos que seja possível encontrar ao menos impressões digitais", observou. O delegado conta que, pelas investigações, o grupo era composto por criminosos de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo, com experiência em assaltos de grande porte.

 

Na empresa, eles deixaram uma câmera que mostra integrantes da quadrilha ameaçando os reféns com uma granada e vários fuzis e submetralhadoras. "Acreditamos que o pessoal local fez todo o levantamento e depois chamou comparsas de fora para ajudarem no roubo", disse.

 

A polícia já apurou que o grupo tentou alugar uma casa próxima à empresa, na região da Pampulha, mas desistiu porque a proprietária vive no andar de cima. Ela contou à polícia que os criminosos eram claros, de fala bem articulada, e alugaram o sítio na Grande Belo Horizonte com documentos com nomes de Renato Lacerda da Silva e Wagner de Souza. A polícia acredita que o grupo tenha alugado pelo menos mais um imóvel na capital ou em algum município vizinho onde ainda estaria mantendo o dinheiro e o armamento usado no crime.

 

"Como eles (assaltantes), estamos fazendo um trabalho de inteligência. Queremos pegá-los principalmente por causa da tortura psicológica a que submeteram as vítimas", ressaltou o delegado.

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