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Funcionários federais encobriam fraude do leite, afirma PF

Cinco indústrias pagariam propinas de R$ 3 mil a R$ 5 mil para agentes públicos para reduzir as exigências no controle de qualidade

Por Elder Ogliari
Atualização:

PORTO ALEGRE - A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, 17, um funcionário do Ministério da Agricultura aposentado e fez cumprir quatro cautelares de afastamento da função pública de outros servidores, da ativa, por envolvimento com adulteração de leite na região do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul.

Operação do Ministério Público Estadual descobriu, no dia 3 de dezembro,um novo caso de adulteração de leite no Rio Grande do Sul Foto: DIOGO ZANATTA/Agência RBS

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A investigação, iniciada há quatro meses, com base em informações repassadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, descobriu que cinco indústrias de municípios próximos a Lajeado pagavam propinas de R$ 3 mil a R$ 5 mil para agentes públicos que reduziam exigências no controle de qualidade do leite, agilizavam processos burocráticos e até avisavam quando chegavam fiscais de outras cidades para vistorias na região. Um dos investigados chegou a pedir o pagamento de um 13º da propina. O nome dos envolvidos e das empresas que participavam do esquema não foi divulgado.

Desde maio de 2013, o Ministério Público do Rio Grande do Sul já prendeu 24 pessoas e denunciou outras 43 por adulteração do leite no Estado. Já existe sentença condenatória nas Comarcas de Ibirubá e Horizontina contra sete pessoas, com penas que variam entre dois e 18 anos de prisão em regime fechado. Entre as fraudes mais comuns estão a adição de ureia contendo formol, para mascarar a adição de água e a recuperação de leite estragado com substâncias como peróxido de hidrogênio e soda cáustica.

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